rap TOTAL DE QUATRO LOTES FOI 5,73% ABAIXO DO VALOR PROPOSTO PELA sHANGHAI À ESTATAL
O leilão de linhas de transmissão realizado nesta quinta-feira, 20 de dezembro, foi comemorado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) por uma razão especial. A licitação dos lotes 10, 11, 12 e 13 eram os ativos que pertenciam à Eletrosul – envolvidos numa tentativa frustrada de venda à Shanghai Electric – e que tiveram caducidade declarada pela agência há alguns meses.
Segundo Sandoval Feitosa, diretor da Aneel, quando a Eletrosul estava negociando com a Shanghai, a receita anual permitida (RAP) proposta pela chinesa era de R$ 424 milhões, contra os R$ 654 milhões ofertados pela estatal. Por causa de “eficácia não desenvolvida” pela chinesa, o negócio não prosperou e as linhas foram relicitadas.
Com a oferta dos lotes, desmembrados na comparação com o negociado inicialmente, as ofertas corresponderam a um deságio de 5,73% em relação à RAP apresentada pela Shanghai. A preocupação da Aneel, destacou Sandoval, era com o fato de que em geral lotes relicitados são agrupados a outros projetos, a fim de que ganhem mais atratividade e sinergia, mas “o aprendizado” que se teve é que o “risco seria maior”.
O risco a que Sandoval se refere era do projeto não ter novos competidores, ou de atrasar novamente o cronograma de implantação, já que “todos os ovos estão na mesma cesta”. Ao dividir o ativo em partes, de acordo com o diretor da Aneel, o resultado foi que cada lote foi arrematado por um empreendedor diferente do outro, o que diversifica o risco.
O lote 10 foi arrematado pelo Consórcio Chimarrão, composto pela espanhola Cymi (50%) e FIP Brasil Energia (50%) – fundo encabeçado pela Brookfield.
A CPFL Geração arrematou o lote 11, enquanto que a Taesa venceu a disputa pelo lote 12 e a Sterlite ficou com o lote 13.
Resultado diversificado
O resultado do leilão de linhas de transmissão mostrou que teve ativo para todas as empresas e portes. Desde holdings do setor até empresas de engenharia, o leilão teve 38 empresas e consórcios proponentes (uma empresa podia disputar sozinha e em consórcios).
O sinal de que o leilão estava atraindo muitas empresas foi notado um pouco antes do início: previsto para começar às 9:00 horas, o certame começou co atraso de 45 minutos por causa das filas na porta da sede da B3, no centro de São Paulo, formadas por representantes das empresas participantes.
Embora todos os lotes tenham sido negociados, apenas três passaram pela etapa de viva-voz, que é quando as propostas com menor lance apresentam diferença inferior a 5%. A que apresentou mais disputa foi o lote 10, com 10 ofertas.
A Neoenergia foi a que comprou mais extensão, com cerca de 3 mil quilômetros em quatro lotes (cujos deságios foram considerados agressivos).
O consórcio Emtep arrematou três lotes e a CPFL Geração, dois. Energisa, Zopone (empresa de engenharia), Consórcio I.G. – ESS, Consórcio Chimarrão, Taesa, Sterlite e Celeo Redes arremataram um lote cada um.
O consórcio Emtep é composto por Jaac Materiais e Serviços de Engenharia, 80%; Emtep Serviços Técnicos de Petróleo, 20%.
O consórcio I.G. – ESS é formado por I.G. Transmissão e Distribuição, 90%; ESS Energias Renováveis, 10%.
O consórcio Chimarrão é formado por Cymi, 50%; e FIP Brasil Energia, 50%. A FIP é gerida pela Brookfield.
Nota da NegaWhat: notícia alterada às 19:38 horas para inclusão de informações