A indisponibilidade do bipolo Xingu – Terminal Rio em 23 de janeiro deve durar além do prazo inicialmente previsto. A expectativa foi passada nesta quinta-feira, 30 de janeiro, no primeiro dia da reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) de fevereiro, realizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Destacando trabalhar com o mesmo prazo que os agentes, de retorno em 2 de fevereiro, a apresentação do PMO apontou que as condições climáticas na região são muito desfavoráveis e, por isso, a obra pode atrasar.
“Mas se for um atraso, não deve ser muito longo, se ele acontecer. A gente está com essa informação [climática], mas a melhor informação, a informação oficial, é dia 2. Mas em função dessas condições climáticas na região, a dificuldade que estão tendo, pode ser que atrase”, explicou o ONS na apresentação.
A indisponibilidade do bipolo
Duas ocorrências de desligamento de equipamentos ocorreram na noite de 22 de janeiro e e levaram à indisponibilidade da linha de transmissão 800 kV Xingu -Terminal Rio C1 e C2, com 2,5 mil quilômetros entre os estados do Pará e Rio de Janeiro.
De acordo com o operador, a indisponibilidade reduziu em 4 GW a capacidade de transmissão a partir da subestação Xingu, bem como os limites de transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para a região Sudeste, com o objetivo de garantir a operação segura do sistema.
Como a indisponibilidade impacta diretamente a geração da hidrelétrica Belo Monte e da cascata do baixo Tocantins, houve a necessidade de despachos hidrelétricos para atendimento à carga, principalmente nas usinas dos rios Paraná e Paranapanema.
Em 23 de janeiro, houve a necessidade de importação de energia da Argentina e do Uruguai, na modalidade emergencial, de 1 GW e 550 MW, respectivamente, para atendimento emergencial da carga do Sistema Interligado Nacional (SIN).
No dia seguinte, o ONS ainda indicou a utilização adicional de produtos de energia flexíveis, como o despacho termelétrico adicional em torno de 2 GW para atendimento da ponta da carga líquida do SIN, de térmicas com Custo Variável Unitário (CVU) de até R$ 1.291,96/MWh.
Para a semana de 1º a 7 de fevereiro, não há expectativa de despacho termelétrico adicional em razão da indisponibilidade. O ONS irá avaliar semanalmente a expectativa até o retorno do bipolo.
Também houve a redução dos produtos de demanda de disponibilidade (93 MW), e de demanda D-1 (144 MW).