Transmissão

EPE alerta agentes para importância da escolha de ponto de conexão de usinas

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Atenção da estatal é com a alta expansão de fontes renováveis; escolha inadequada pode reduzir margens de escoamento

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) quer alertar agentes de geração sobre a importância da escolha adequada do ponto de conexão de novos empreendimentos como forma de otimizar o desempenho elétrico da rede. O foco da EPE com a iniciativa é diminuir decisões erradas que impliquem na redução da margem de escoamento de eletricidade.

A atenção da estatal é com a alta expansão de fontes renováveis, especialmente usinas eólicas e solares, ressaltando que a escolha inadequada do ponto de conexão pode reduzir margens de escoamento em diversos pontos, “diminuindo a possibilidade de uma maior concorrência de novas fontes nos leilões de energia”, de acordo com informe divulgado nesta semana.

De acordo com a empresa, nos últimos anos o Brasil verificou expressivo crescimento de potência instalada de usinas eólicas, especialmente no Nordeste e no Sul do país, bem como de solares fotovoltaicas, com grande potencial localizado na porção norte e no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, na região noroeste de São Paulo e no estado do Tocantins, além do Nordeste.

O crescimento das fontes levou a EPE a elaborar estudos prospectivos de transmissão, a fim de fornecer margem de escoamento. “Tamanho potencial enseja, naturalmente, a necessidade de expansão da rede de transmissão para integração e escoamento da energia desses projetos”, aponta a estatal.

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Clusters renováveis

Em geral, os estudos analisam os potenciais, agrupando projetos de uma mesma região em clusters, e concentrando tais blocos de usinas em pontos de conexão à Rede Básica ou à distribuição. “Em muitos casos, foi verificado que os montantes potenciais agrupados em uma determinada localidade justificaram a expansão da Rede Básica com novas linhas de transmissão e subestações coletoras”.

Uma das características dos projetos renováveis é a potência instalada de cada empreendimento, que geralmente gira em torno de 30 MW a 50 MW, com forte diversidade de agentes. Dentro desse contexto, a EPE vê que “essa forte granularidade, que traz como vantagem o aumento da competitividade dos leilões de energia, pode levar à perda da visão sistêmica de expansão da rede para a análise técnico-econômica da conexão dos projetos”.

Com isso, acrescenta a EPE, nem sempre a melhor alternativa de conexão para um projeto específico equivale à alternativa de menor custo global quando são consideradas as conexões dos demais projetos da mesma região”.

Um exemplo da EPE é o de grande número de pedidos de acesso de diferentes empreendedores a um mesmo ponto da rede de distribuição ou a barramento de fronteira com a Rede Básica. Quando se olha do ponto de vista individual, a capacidade de escoamento pode ser adequada, mas ao se observar o conjunto de empreendimentos na região, a solução mais apropriada poderia considerar a conexão integrada em níveis de tensão mais elevados.

“A desotimização das conexões dos empreendimentos pode levar à ocorrência de sobrecargas não previstas na rede, ao aumento de perdas elétricas dos sistemas distribuidores e à redução acentuada das margens de escoamento originalmente previstas nos estudos prospectivos de planejamento”, alerta a EPE no informe.

Leilões de energia nova passados já excluíram projetos de estados inteiros, como a Bahia e o Rio Grande do Norte, por causa de limitações na margem de escoamento.

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