O leilão de transmissão marcado para o dia 17 de dezembro deve ter taxas de retorno mais apertadas que os últimos certames, deixando menos espaço para lances competitivos e deságios muito elevados, segundo a avaliação do Credit Suisse.
Em relatório, os analistas Carolina Carneiro, Rafael Nagano e João Rodrigues apontam que a relação entre a receita anual permitida (RAP) máxima e o capex estimado dos investimentos está em aproximadamente 14% para o leilão, um nível considerado bom mas menor que o dos certames anteriores, quando chegava a 17%. Com isso, o espaço para agressividade dos investidores pode ficar mais limitado.
As empresas devem usar as sinergias e expertise com projetos de transmissão para reduzir o capex em relação ao projetado pelo edital, assim como para antecipar a construção dos empreendimentos. Muitos dos lotes também podem se beneficiar de benefícios fiscais, por ficarem nas regiões Nordeste e Norte.
Assumindo a alavancagem de 70% do investimento ao custo de IPCA mais 4,5% e o capex estimado pelo edital, os analistas do Credit Suisse estimam um índice de retorno do investimento real de 13%, considerando a RAP máxima. Como as empresas podem alavancar mais do que isso e cortar os investimentos necessários, os lances podem implicar em descontos de até 35% em relação à receita máxima e ainda obter retornos razoaveis, de até 8%.
O Credit Suisse espera grande competição pelo certame, que será o único do ano. Entre as empresas que provavelmente devem participar, os analistas citam Engie, Neoenergia, EDP Brasil, Alupar, Equatorial, Taesa, Cteep, CPFL e Eletrobras, além de empresas de construção, que já estiveram presente nos últimos leilões.
“As taxas de juros continuam em níveis muito baixos e vemos menos oportunidades de crescimento na mesa, então esperamos grande interesse não apenas de players tradicionais de transmissão mas também de empresas privadas, internacionais e de construção”, escreveram os analistas.