Transmissão

Novas linhas de transmissão reduzem curtailment no Nordeste

Linha de transmissão / Crédito: Ricardo Botelho - MME
Linha de transmissão / Crédito: Ricardo Botelho - MME

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ampliou os limites de intercâmbio do subsistema Nordeste, depois do início da operação de três linhas de transmissão de 500 kV e de uma subestação. Assim, os limites para exportação ao Sudeste/Centro-Oeste passam de 11.600 MW para 13.000 MW, com acréscimo de 12%, enquanto para o Norte aumenta de 29,1%, de 4.800 MW para 6.200 MW.

Com isso, o escoamento volta a patamares semelhantes aos de antes do apagão de 15 de agosto de 2023, “com segurança e confiabilidade”, segundo o ONS. Depois do apagão, que interrompeu mais de 22 mil MW de energia em 25 estados do país e no Distrito Federal, o operador adotou medidas mais rígidas para as restrições de geração (curtailment) para usinas intermitentes – ou seja, eólicas e solares.

A ampliação do intercâmbio de energia entre as regiões foi viabilizada pelo início de operação de uma subestação e três novas linhas de transmissão de 500 kV: SE 500/230 kV Pacatuba, LTs Pecém II/Pacatuba C, Fortaleza II/Pacatuba C e Pacatuba/Jaguaruana II C. Os ativos, localizados no Ceará, receberam autorização para operação no Sistema Interligado Nacional (SIN) na última quarta-feira, 16 de outubro.

Há, ainda, mais uma linha de transmissão em 500 kV prestes a entrar em operação. Localizada na Bahia, a linha Olindina – Sapeaçu deve ampliar os limites para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste para 13.800 MW.

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Todos os empreendimentos que entraram em atividade compuseram os lotes 03 e 07 do leilão de transmissão nº 02 de 2018. 

Sobre o curtailment

Segundo relatório do ONS, o apagão de 15 de agosto de 2023 foi provocado por uma redução no desempenho de parques eólicos e fotovoltaicos além dos níveis que o operador considerava em seus sistemas. Assim, houve uma redução “abrupta” na tensão na linha de transmissão Quixadá-Fortaleza II, no Ceará.

Assim, desde o blecaute e mesmo antes da conclusão das investigações pelas causas da interrupção, o ONS adotou critérios mais rigorosos para a geração eólica e solar, aumentando os casos de curtailment.

A situação tem provocado prejuízos aos geradores, que podem chegar a 60% em alguns empreendimentos.

Em setembro de 2024, o ONS mudou a metodologia para curtailment na geração eólica, mas mesmo assim os cortes aumentaram naquele mês.