Termelétrica a Gás Natural

O que é: tipo de usina que utiliza energia térmica, a partir da queima de gás natural, para produzir energia elétrica.

Como funciona: As termelétricas a gás natural podem funcionar em ciclo aberto ou em ciclo combinado. No ciclo aberto, o gás em alta pressão é queimado em conjunto com o ar comprimido, gerando gases de alta pressão e temperatura que são expandidos em uma turbina.

Esta turbina fornece energia mecânica para o gerador de energia elétrica. Após o processo de expansão, os gases de exaustão são dispersos.

Entretanto, como esses gases possuem elevada temperatura, podem ser aproveitados para produção de vapor em uma caldeira, que alimentará outra turbina, gerando mais energia elétrica e aumentando a eficiência e o rendimento da usina. Nesse caso, caracteriza-se o ciclo combinado.

Histórico: a geração de energia elétrica a gás natural foi desenvolvida durante da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O uso intensivo dessa tecnologia, no entanto, ocorreu apenas a partir da década de 1990. No Brasil, o desenvolvimento de termelétricas a gás natural começou em meados da década de 2000, após a crise de energia que culminou no racionamento entre 2001 e 2002.

O Programa Prioritário de Termelétricas (PPT) foi lançado em fevereiro de 2000 pelo então ministro de Minas e Energia Rodolpho Tourinho (1941-2015), para incentivar a construção de termelétricas a gás e carvão num prazo de 24 meses, inferior aos cinco anos, em média, exigidos por hidrelétricas, de modo que esses empreendimentos pudessem entrar em operação entre 2001 e 2003.

O programa não avançou como esperado e resultou numa segunda iniciativa: o Programa Emergencial de Termelétricas, que resultou na construção de 21 termelétricas, sendo que grande parte delas iniciou operação comercial após 2002, após o racionamento de 2001.

O Novo Modelo do Setor Elétrico, que resultou no marco regulatório em vigor desde 2004, criou condições para a expansão da geração termelétrica, com a criação dos leilões de energia nova. No entanto, em setembro de 2006, um grupo de termelétricas da Petrobras estavam paradas por falta de gás e quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinada o despacho térmico, as usinas não produziam energia alegando falta de combustível. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou a realização de testes de desempenho em que atestou geração abaixo da determinada – 13 usinas foram testadas e foi constatado um déficit total de 3.624,55 MW médios.

Com isso, a Aneel firmou termo de compromisso com a Petrobras a fim de elevar a oferta de gás natural para atendimento das termelétricas entre os anos de 2007 e 2011, sob risco de penalidades.

Entre 2007 e 2008, com a falta de projetos hidrelétricos e a ausência de gás para novos projetos, termelétricas a óleo tiveram expansão mais acelerada na matriz energética. Parte desses projetos, desenvolvida pela Bertin, que totalizou aproximadamente 6 GW, não saiu do papel, deixando distribuidoras de energia contratualmente descobertas. Alguns projetos foram adquiridos por outros empreendedores, enquanto outros foram revogados.

Com a crescente pressão pela redução das emissões de gases de efeito estufa, que culminaram no Acordo de Paris, e com custos variáveis unitários mais elevados, usinas a carvão mineral e a óleo combustível passaram a ser substituídos por usinas renováveis. No entanto, o gás natural passou a ser considerado na expansão da oferta, especialmente com o aumento da oferta motivado pela exploração de reservas localizadas no Pré-Sal brasileiro.