Bacia de Campos

O que é: é uma das principais bacias sedimentares marítima do Brasil, com cerca de 100 mil quilômetros quadrados de área. Ela se estende da costa confrontante à cidade de Vitória no Espírito Santo até Arraial do Cabo, no litoral norte do Rio de Janeiro, sendo os seus limites estabelecidos ao Norte, pelo alto de Vitória, com a Bacia do Espírito Santo; e ao Sul, pelo Alto de Cabo Frio, com a Bacia de Santos. Existem diversos sistemas petrolíferos comprovados para a Bacia de Campos.

Como funciona: atualmente a bacia conta mais de 3 mil poços produzindo petróleo e gás natural distribuídos com 62 campos descobertos, sendo 51 em fase de produção, seis em fase de desenvolvimento e cinco em devolução. Registram-se 24 blocos exploratórios em concessão (dados de dezembro de 2018). No mês de dezembro de 2018, a produção de petróleo na Bacia de Campos foi da ordem de 1,2 milhões de barris por dia (b/d) e a produção diária de gás natural da ordem de 23 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d). Neste mesmo mês a seção pré-sal foi responsável por produzir aproximadamente 43.321 boe/d na Bacia de Campos. Essa produção proveio dos campos de Jubarte, Baleia Franca, Baleia Azul, Marlim Leste, Voador, Marlim, Barracuda, Caratinga e Pirambu.

Histórico: A exploração de petróleo na Bacia de Campos teve início no final da década de 1950, quando foi iniciada pela Petrobras uma campanha para aquisição de dados sísmicos em águas rasas da Bacia de Campos. No início da década de 1970 iniciou-se uma campanha de perfuração de poços, até que em 1974 foi descoberto o campo de Garoupa.  Após  essa  descoberta,  ainda na  década de 1970, diversos campos  foram  descobertos nas  águas  rasas  da  Bacia  de Campos, como nos campos de Badejo, Enchova e Namorado, o primeiro campo gigante do Brasil. No início da década de 1980, após aquisição de dados sísmicos em águas profundas, iniciou-se uma campanha de perfuração de poços que culminou com a descoberta de campos gigantes, como exemplo, Albacora e Marlim. Já no fim da década de 1980 e início da década de 1990 ocorreu o desenvolvimento da sísmica tridimensional nessa bacia. Por meio de sua utilização na fase exploratória, em conjunto com a maior aplicação de atributos sísmicos, foi possível a descoberta do campo gigante de Barracuda. Na década de 1990, a exploração na Bacia de Campos foi marcada pela continuação das descobertas e o investimento em tecnologia na perfuração de poços em águas cada vez mais profundas. Como exemplo deste sucesso, podemos citar as acumulações descobertas em Marlim Sul e Roncador.

Após a promulgação da Lei do Petróleo (Lei n° 9.478/1997) e a criação da ANP em 1998, iniciou-se a fase de exploração de petróleo em águas ultraprofundas na Bacia de Campos, além da continuidade das descobertas em águas mais rasas. Entre as descobertas importantes nesta fase, estão as acumulações de Maromba, Papa-Terra, Peregrino, Xerelete e Parque das Conchas.  As descobertas do Parque das Baleias nessa época foram muito importantes pela descoberta de reservatórios no pré-sal anteriormente às descobertas do pré-sal da Bacia de Santos.

É bom saber também: O pico anual de produção da Bacia de Campos ocorreu em 2011 com 103,18 milhões de m³ de óleo, incluindo poços da área de pré-sal da bacia.  Mesmo após mais de 40 anos de operação, a Bacia de Campos ainda é responsável por aproximadamente 50% da produção de petróleo brasileira.