Onshore - Guia Completo

O que é onshore?

Na tradução livre, onshore, ou como algumas pessoas chamam on shore, significa 'em terra', ou seja, é um ambiente geológico de produção de petróleo e gás natural terrestre. 

O que é produção onshore?

No setor de petróleo e gás, as atividades de Exploração e Produção (E&P) onshore são desenvolvidas em terra, ou seja, consiste no conjunto de operações destinadas à exploração e à produção de petróleo e/ou de gás natural cujas atividades são desenvolvidas no solo da região geológica acima de uma reserva subterrânea.

Já no segmento de geração, também existe a energia eólica onshore, gerada pelo aproveitamento da força do vento através dos aerogeradores instalados em terra. Graças às suas pás, estas turbinas eólicas transformam a energia cinética em energia rotativa mecânica, que é então utilizada para produzir a eletricidade conectada às redes de distribuição. A energia eólica é uma fonte de energia renovável que vem sendo utilizada há séculos, com as tecnologias disponíveis em cada momento e com diferentes funções. 

Como funciona a fabricação onshore de petróleo?

Os campos onshore são explorados via poços perfurados por bombas de vareta de sucção. Também são conhecidas tradicionalmente na indústria como "bomba cavalo de pau" ou "cabeça de cavalo", em referência à parte superficial da bomba. Normalmente, o petróleo ou gás natural chega à superfície vindo do reservatório por meio da pressão dos próprios fluidos existentes no subsolo. No entanto, em caso de ausência de afluência, a tecnologia de elevação artificial é utilizada para suplementar a pressão natural, por meio de diversos métodos desenvolvidos pela indústria, para trazer os hidrocarbonetos para a superfície, onde detritos e fluídos indesejados são separados e o produto estabilizado.

Histórico: desde os primórdios da civilização humana na Mesopotâmia, o petróleo e o gás natural são utilizados como fonte de calor e energia, a partir de poços chamados “surgentes”, que ocorrem naturalmente devido à pressão dos fluidos existentes no interior da jazida de combustíveis fósseis, atravessa o solo e emerge na superfície. A partir de meados do século XIX, o uso industrial destes combustíveis fósseis decolou com a avanços combinados de geologia e engenharia de produção a partir de poços perfurados em terra, também conhecidos como on shore. No início do século XX, a produção onshore atingiu seu auge de importância, antes do desenvolvimento da produção marítima, offshore.

Após décadas de perfuração em busca de jazidas de petróleo no Brasil, a produção de petróleo se iniciou com poços on shore no estado da Bahia, no que seria conhecida como a bacia sedimentar do Recôncavo. A Petrobras, criada em 1954, conduziu o desenvolvimento da nossa indústria petrolífera com produção onshore até 1968, quando houve a primeira descoberta marítima, no litoral de Sergipe.

É bom saber: atualmente, no Brasil, existem 6.765 poços de produção, extraindo 274 barris de petróleo equivalente por dia (boe/d), uma média de 16 boe/d por poço. Isto corresponde a 8% da produção doméstica total de 3,2 milhões de boe/d. Em se tratando de petróleo apenas, a produção em 2017 foi de 46 mil b/d, ou 5% da produção de petróleo brasileira, mostrando a maior importância relativa da produção de gás natural onshore.

A produção de petróleo e gás onshore está passando por um importante período de evolução tecnológica, com o advento da tecnologia do faturamento hidráulico (fracking) e perfuração horizontal. Estas técnicas, desenvolvidas ao longo do século XX, ganhou escala após a descoberta de grandes reservas não convencionais nos anos 2000, principalmente no caso do shale (traduzido como folhelho ou xisto) dos EUA, que registrou grande crescimento a partir de 2005, especialmente para o gás natural chamado de não convencional.

Apesar da relevância econômica, o fracking ainda enfrenta resistência devido aos impactos que pode causar ao meio ambiente. A técnica envolve a mistura de água com aditivos químicos, além da areia, utilizada para evitar que as fraturas provocadas se fechem. O risco identificado por entidades ambientais é de contaminação química do solo e/ou do lençol freático pelos resíduos do processo.