Biodiesel

O que é: é um combustível renovável obtido a partir de um processo químico denominado transesterificação. Por meio desse processo, os triglicerídeos presentes nos óleos e gordura animal reagem com um álcool primário, metanol ou etanol, gerando dois produtos: o éster e a glicerina. O primeiro somente pode ser comercializado como biodiesel após passar por processos de purificação para adequação à especificação da qualidade, sendo destinado principalmente à aplicação em motores de ignição por compressão (ciclo Diesel). O biodiesel só pode ser usado em motores a diesel, portanto este combustível é um substituto do diesel.

O biodiesel também pode ser derivado de óleos vegetais, como soja, caroço de algodão, canola, dendê e demais oleaginosas, sendo usado em motores à diesel, em qualquer concentração de mistura com o diesel.

Como funciona: Mundialmente passou-se a adotar uma nomenclatura bastante apropriada para identificar a concentração do biodiesel na mistura. É o Biodiesel BXX, onde XX é a percentagem em volume do biodiesel à mistura. Por exemplo, o B2, B5, B20 e B100 são combustíveis com uma concentração de 2%, 5%, 20% e 100% de biodiesel, respectivamente.

A experiência de utilização do biodiesel no mercado de combustíveis tem se dado em quatro níveis de concentração:
· Puro (B100)
· Misturas (B20 – B30)
· Aditivo (B5)
· Aditivo de lubricidade (B2)

As misturas em proporções volumétricas entre 5% e 20% são as mais usuais, sendo que para a misturas até B20 não é necessária nenhuma adaptação dos motores.

A utilização do biodiesel puro ainda está sendo testada, e se for usado só biodiesel (100%), sem misturar com o diesel mineral, é chamada de B100.

Histórico: Os primeiros estudos para a criação de uma política para o biodiesel no Brasil iniciaram em 2003, com a criação da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel (CEIB) e do Grupo Gestor (GG) pelo governo federal. Em dezembro de 2004, o governo federal lançou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), com o objetivo inicial de introduzir o biodiesel na matriz energética brasileira. Com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, o principal resultado dessa primeira fase foi a definição de um arcabouço legal e regulatório.

A sua mistura ao diesel fóssil teve início em 2004, em caráter experimental e, entre 2005 e 2007, no teor de 2%, a comercialização passou a ser voluntária. A obrigatoriedade veio no artigo 2º da Lei n° 11.097/2005, que introduziu o biodiesel na matriz energética brasileira. Em janeiro de 2008, entrou em vigor a mistura legalmente obrigatória de 2% (B2), em todo o território nacional. Com o amadurecimento do mercado brasileiro, esse percentual foi sucessivamente ampliado pelo CNPE até o atual percentual de 12%

É bom saber também: O biodiesel tem despontado como alternativa de combustível ao óleo diesel, pois é bem menos agressivo ao meio ambiente. Apesar de não ser totalmente limpo, o biodiesel, quando comparado ao óleo diesel, oferece diversas vantagens, tais quais:

  • É renovável;
  • É biodegradável;
  • Não contribui para o ciclo do carbono, ou seja, na sua combustão, não emite substâncias químicas, tais como o gás carbônico e o monóxido de carbono, que contribuem para o efeito estufa e o aquecimento global;
  • Não contém compostos sulfurados e, dessa forma, não contribui para a chuva ácida;
  • Não contém aromáticos;
  • Apresenta alto número de cetanos (o correspondente a octanos na gasolina).