A Eletrobras estruturou “do zero” sua comercializadora nos últimos anos para vender a energia liberada gradualmente com a “descotização” das suas hidrelétricas, e aposta no diferencial da sua geração previsível e despachável para entregar produtos adequados às necessidades dos clientes.
“A nossa base de clientes veio crescendo nos últimos seis meses, saímos de 143 quando eu assumi e hoje estamos com mais de 600”, disse Ítalo Freitas, vice-presidente de Comercialização e Soluções da companhia desde agosto de 2023, em entrevista ao MegaCast.
Na entrevista, ele explicou a origem da descotização da energia dos ativos da Eletrobras e a relação com a Medida Provisória 579, convertida na Lei 12.783/2013, que renovou antecipadamente as concessões das hidrelétricas da então estatal no regime em cotas alocadas com distribuidoras e clientes eletrointensivos.
No entanto, com a privatização da companhia em 2022, ficou definida a agenda de descotização dessa energia anualmente, com conclusão prevista para 2028.
“Está ‘na esquina’, mas a gente está se preparando, já vem se preparando antes”, contou.
O desafio da Eletrobras para os novos clientes
Para Freitas, o grande desafio é estruturar a empresa para oferecer soluções aos clientes, com a Eletrobras chegando a um mercado diferente, desde janeiro com o segmento de alta tensão liberado a escolher livremente seu fornecedor de energia.
Com uma área específica, a empresa quer dar capilaridade para as suas operações em todo o país e também para uma demanda do exterior, a do powershoring, atendendo a indústria de hidrogênio e data centers com estabilidade e oferecendo uma fonte 24X7, das hidrelétricas, como vantagem competitiva.