As sanções aprovadas pelos Estados Unidos e países europeus à Rússia, em reação ao ataque daquele país à Ucrânia, iniciado esta semana, podem não surtir o efeito esperado. Isso porque a Europa ainda é fortemente dependente do gás natural da Rússia, maior produtora do insumo no mundo. A constatação é de Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e fundador do canal “Manual do Brasil”.
“O [presidente da Rússia, Vladimir] Putin conseguiu dar um xeque-mate na Europa, com relação à influência que ele tem no mercado de energia e na geopolítica em cima dos europeus”, afirmou Rodrigues, à MegaWhat. “É difícil para a Europa se ver livre dessa influência russa no mercado de energia”.
O especialista lembra que cerca de 50% do consumo de gás natural consumidos são provenientes da Rússia. Mesmo com a alternativa de importação de gás natural liquefeito (GNL), não há infraestrutura suficiente hoje para regaseificar volumes equivalentes de gás aos importados pela Europa da Rússia.
Com relação ao Brasil, a continuação da guerra na Ucrânia pode pressionar um novo aumento dos preços dos combustíveis no mercado brasileiro, por causa de uma perspectiva de elevação da cotação do petróleo Brent e do dólar, segundo o diretor do CBIE.
“É importante colocar que essa crise e os preços dos combustíveis estão sendo afetados no mundo todo. Não é uma jabuticaba brasileira. Qualquer aumento do preço do petróleo vai influenciar um aumento dos preços dos combustíveis no Brasil”, completou ele.
Confira o vídeo da entrevista na íntegra: