O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (04/12) um artigo assinado pela advogada Bruna Verdi, especialista em energia, em que ela faz um balanço dos principais destaques de 2019 no setor e cita, como marco mais relevante, a realização do leilão para suprimento a Roraima, ocorrido em maio, que resultou na contratação de nove empreendimentos de variadas fontes, totalizando 294 MW de potência.
Entre os vencedores do certame estão projetos a gás natural, óleo diesel e biomassa, além de soluções híbridas, combinando biocombustíveis, solar fotovoltaica e baterias. Segundo Bruna Verdi, o interesse dos agentes em apresentar soluções alternativas ao óleo diesel evidenciou que existe espaço para que fontes renováveis se insiram nos sistemas isolados de forma competitiva. A estimativa de investimentos é de R$ 1,62 bilhão.
Outro ponto relevante para o setor em 2019, citado pela articulista, foi a contratação de 401 MW de capacidade instalada no Leilão de Energia Nova A-4, no total de 15 empreendimentos de geração solar fotovoltaica, eólica, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e térmicas a biomassa. As usinas vencedoras deverão demandar investimentos de cerca de R$ 1,9 bilhão até 2023, quando precisarão entrar em operação.
Para Bruna Verdi, as mudanças propostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em outubro, para revisão de regras da geração distribuída, também merecem destaque, apesar da polêmica que têm provocado entre agentes do setor, como a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica versus a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica.
MME aprova 215 MW solares para produção independente no Piauí
O Ministério de Minas e Energia (MME) deu provimento a empresa Enel Green Power e autorizou as centrais de geração solar fotovoltaica São Gonçalo 14, 15, 17, 18 e 19, localizadas no município de São Gonçalo da Gurguéia, no Piauí, a operarem na modalidade de produção independente de energia elétrica. Cada central geradora fotovoltaica prevê, aproximadamente, 43 MW de potência instalada, totalizando 215 MW de capacidade instalada na região. O prazo de outorga é de 35 anos. As informações foram publicadas pelo Canal Energia.
ANP sugere que petrolíferas financiem estudos sobre manchas de óleo
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sugere que as empresas petrolíferas que exploram campos de petróleo e gás no Brasil custeiem estudos para estimar o total de óleo derramado ao longo da costa brasileira. Os recursos sairiam, segundo sugestão da ANP, de parte da quantia que as petrolíferas são obrigadas, por contrato, a aplicar em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Este ano, as companhias deverão investir cerca de R$ 2 bilhões em PD&I.
Caso a sugestão seja acatada, os beneficiários seriam os grupos de trabalho que reúnem pesquisadores convidados pelo Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), que coordena, no âmbito federal, as ações de acompanhamento da situação do óleo no litoral. As informações são da Agência Brasil.
Enel diz que pode ir à Justiça para manter distribuidora de energia elétrica em Goiás
O jornal O Estado de S. Paulo informa, em matéria publicada em seu portal de noticias, que a Enel acredita ser possível convencer as autoridades competentes, que tem melhorado as operações de sua distribuidora de energia elétrica em Goiás. Como argumento, a empresa menciona os resultados já obtidos e os compromissos de investimento assumidos.
A Enel não descarta, porém, ir à Justiça para garantir a continuidade do contrato de concessão no estado. “Estamos acreditando no trabalho feito e, se não for reconhecido através de debate normal, de discussão, de encontro das partes, podemos ir ao poder judiciário para esclarecer isso”, disse o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Equatorial Energia obtém liminar contra decisão da Aneel sobre tarifas no Piauí
A agência de notícias Reuters informa que a Equatorial Energia obteve na Justiça liminar para suspender recente decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que negou pedido da empresa para uma revisão extraordinária das tarifas (RTE) de sua subsidiária responsável pela distribuição de eletricidade no Piauí.
A decisão judicial, em segunda instância, também suspendeu reajuste tarifário anual aprovado pela agência reguladora para a Equatorial Piauí no final de novembro, que levaria a uma redução média de 7,16% nas tarifas dos consumidores. A Reuters informa, ainda, que a Equatorial adquiriu a distribuidora do Piauí junto à estatal Eletrobras em leilão de privatização no ano passado. As regras da licitação previam que o comprador da concessionária poderia pleitear um reajuste extraordinário das tarifas junto à Aneel.
PANORAMA DA MÍDIA
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomada de sobretaxas contra o aço e o alumínio exportados pelo Brasil e pela Argentina, reforça a demanda da indústria siderúrgica europeia para que a Europa também aumente barreiras à entrada do produto brasileiro, informa o Valor Econômico.
A Eurofer, associação dos produtores siderúrgicos da Europa, diz temer que o aço que o Brasil e a Argentina não puderem mais exportar para o mercado dos Estados Unidos acabe desviado para a Europa, fragilizando ainda mais a já combalida indústria do velho continente. “O Brasil é o nono maior exportador de aço para a União Europeia (EU) e tem sido um duradouro parceiro comercial da UE para o metal”, afirmou Charles Lusignan, porta-voz da Eurofer. “Como os EUA e a UE compartilham muitos dos mesmos exportadores de aço, incluindo o Brasil, haverá uma preocupação em mais desvio de aço para o mercado europeu.”
De acordo com a reportagem, a Eurofer pediu para a UE reforçar a salvaguarda contra o aço estrangeiro, o que passa por uma proteção “mais robusta” e pela “redução das cotas de importação em linha com a menor demanda atual e projetada na economia europeia”. A iniciativa, se acatada, deverá afetar as vendas brasileiras.