Mercado energético

Petrobras espera concluir venda de refinaria na Bahia nos próximos meses

A Petrobras espera concluir a venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, ao fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala em um a dois meses, disse Roberto Castello Branco, presidente da estatal, durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano. Segundo Castello Branco os processos de venda das demais refinarias da companhia foram afetados pela pandemia da covid-19, mas devem ser finalizados em 2021.

A estatal informou em 9 de julho que o Mubadala fez a melhor proposta pela RLAM durante a fase vinculante. Com isso, o fundo foi convidado para iniciar as negociações para finalizar o negócio. A refinaria é uma das oito unidades colocadas à venda pela Petrobras.

“Estamos agora em fase normal de negociações e acertos para assinatura do contrato de compra e venda. Achamos, pela evolução das negociações, que isso aconteça em breve. Eu daria um a dois meses ainda”, disse Castello Branco. 

Segundo o executivo, o interesse dos compradores pelas outras unidades de refino colocadas à venda “permanece vivo”, apesar dos atrasos causados pela pandemia. “Não achamos que tenha havido algum dano sério à atratividade dos ativos e continuamos confiantes que o processo será concluído com sucesso antes do fim de 2021”, disse.

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Dívida

A Petrobras trabalhou no primeiro semestre de 2020 com nível elevado de caixa, para ter a maior liquidez possível no pior das crises do covid-19 e dos preços de petróleo. “Mas não é nosso objetivo de longo prazo, queremos voltar aos níveis pré-crise”, afirmou Andrea Marques de Almeida, diretora financeira e de relacionamento com investidores da companhia. Segundo ela, isso vai depender do cenário da crise até o fim do ano e dos níveis dos preços do petróleo.

A estatal pretende recomprar as linhas de crédito compromissadas que foram sacadas na crise, o que vai ajudar a manter um bom cenário de liquidez por ser um “seguro” disponível. 

A meta é chegar ao fim do ano com uma dívida bruta de US$ 87 bilhões, por meio da gestão de passivos e pré-pagamento de dívidas. “O ideal é voltar a buscar meu sonho do ano passado que era um custo médio de 5% da dívida em dólar, mas vai levar um tempo”, disse Almeida. Segundo ela, o nível da dívida vai depender da evolução dos preços do Brent.

“Nossa meta é ter custos baixos e ser uma empresa resiliente à volatilidade do petróleo e à economia global. Não podemos depender de fatores externos para gerar valor”, disse Castello Branco.

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