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ADRs da Eletrobras recuam na bolsa de NY, após notícia da renúncia de presidente

ADRs da Eletrobras recuam na bolsa de NY, após notícia da renúncia de presidente

O mercado já dá os primeiros sinais de que não gostou do anúncio da renúncia de Wilson Ferreira Junior à presidência da Eletrobras, divulgada no último domingo, 24 de janeiro. Os recibos de ação (ADRs) da companhia negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse) recuavam 12,85%, a US$ 4,89, às 12h13 de Brasília desta segunda-feira.

O temor no mercado é que a saída de Ferreira Junior, que deve ocorrer até 5 de março, enterre o plano de capitalização e privatização da elétrica, que já era considerado de difícil execução mesmo com o executivo à frente da empresa. Além disso, há preocupações com relação à gestão futura da empresa.

Especialistas do setor ouvidos pela MegaWhat registraram os avanços alcançados pela Eletrobras sob a gestão de Ferreira Junior e demonstraram preocupação com os efeitos políticos da troca da presidência da estatal.

O presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, destacou resultados alcançados pela Eletrobras sob o comando de Ferreira Junior, como a privatização das distribuidoras deficitárias da companhia, o saneamento financeiro e a adoção de padrões elevados de governança. “Para tornar isso perene, livre do uso político que vitimou a empresa no passado, a privatização faz-se necessária e o Wilson vinha sendo um dos ‘campeões’ dessa causa. Seu afastamento fará muita falta”, afirmou Sales.

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O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, professor Nivalde de Castro, destacou que a saída de Ferreira Junior tem impacto no aspecto político, mas não deve afetar o cenário do setor elétrico brasileiro.

“Privatizar, ou não, a Eletrobras tem o mesmo efeito para o setor elétrico brasileiro. Como temos visto nos últimos leilões, seja de geração, seja de transmissão, a Eletrobras não é mais um player. Ela não é mais um instrumento para catalisar e formar consórcio, como foi em Belo Monte, Jirau, Santo Antônio, Teles Pires e os linhões. Hoje, os agentes privados ofertam muito mais do que a demanda de expansão de investimentos do setor”, explicou.

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