O conselho de administração da Eletrobras possui uma lista de nomes internos da companhia como potenciais substitutos a Wilson Ferreira Junior, que renunciou à presidência da empresa no último domingo. Segundo o executivo, porém, também são cogitados nomes externos para o cargo.
“Temos alternativas internas que já foram compartilhadas com o presidente do conselho de administração [Ruy Schneider]. Por óbvio, o Ruy, junto com outros conselheiros, optou por trazer um head hunter também, para que possamos ter a assistência para fazer o ‘assessment’ [avaliação] das pessoas que já foram mencionadas internamente e algumas de que temos impressão externa e outras que o head hunter possa vir a trazer”, disse Ferreira Junior, em entrevista coletiva sobre a sua decisão de deixar a presidência da estatal, nesta segunda-feira, 25 de janeiro.
Ele disse não acreditar na possibilidade de Schneider ser o novo presidente da Eletrobras, em relação a um comentário circulado no mercado hoje.
Ferreira Junior reforçou que sua decisão de deixar o cargo foi baseada na percepção pessoal de que o plano de privatização da empresa não está avançando no ritmo necessário no Congresso. Ele explicou que sua visão foi sustentada pelos comentários feitos por um dos candidatos à presidência do Senado, que não incluiu o projeto entre suas prioridades, caso seja eleito, no início de fevereiro.
“Mais recentemente tivemos a manifestação de alguns dos chamados candidatos colocando exatamente as prioridades a serem apontadas em uma eventual eleição e onde esse processo [privatização da Eletrobras] não seria prioritário”, afirmou.
Ferreira Junior reforçou que o governo federal, por meio principalmente dos ministérios de Minas e Energia e da Economia, está engajado na capitalização e privatização da empresa. Ele, no entanto, disse que o próprio presidente Jair Bolsonaro deveria se envolver mais no caso, para que o tema ganhe velocidade no Congresso.
“Evidentemente, para que tenhamos um reforço dessa mensagem, é importante que ele [Bolsonaro] se envolva também”, afirmou o presidente da Eletrobras.
Ferreira Junior confirmou que ficará no cargo até o fechamento das demonstrações financeiras da Eletrobras no exercício de 2020. E informou ter consultado a comissão de ética pública (CEP) da Presidência da República sobre a eventual necessidade de cumprimento de quarentena parta que possa assumir a presidência da BR Distribuidora.
Sobre a gestão da distribuidora de combustíveis, ele disse que é um projeto que o encanta. “É uma empresa privatizada, que tem desafios de reestruturação. Tenho essa experiência importante. É a formação de uma ‘corporation’, que é exatamente o que queremos fazer para a Eletrobras”.
Questionado sobre um eventual conflito de interesses em ocupar a presidência da BR Distribuidora e integrar o conselho de administração da Eletrobras, Ferreira Junior disse não ver essa possibilidade, porque as atividades principais das duas empresas são diferentes.