A AES Brasil espera um GSF elevado em 2022, com preços de energia igualmente altos, para que os reservatórios das hidrelétricas possam retomar os níveis adequados de armazenamento, disse Clarissa Sadock, presidente da companhia, em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano.
Segundo a executiva, a AES fez uma redução ativa do seu nível de contratação em 2021 e 2022, uma vez que espera agora uma situação de GSF mais adversa do que era previsto há dois anos. “O período chuvoso será importante para termos uma avaliação do cenário de GSF, mas de qualquer maneira a expectativa de preços para energia no ano que vem é que sejam mais altos”, disse.
A estratégia de crescimento da companhia, nesse contexto, continua sendo de diversificar seu portfólio e apostar mais em fontes eólica e solar, com perspectiva de projetos híbridos quando eles forem regulamentados. “Não temos meta específica de percentual por fonte, mas buscamos crescimento e vemos valor pela complementariedade que as fontes trazem ao nosso portfólio com maior retorno e menor risco”, disse Sadock.
A companhia tem em seu portfólio 1.127 MW em energia eólica no Nordeste para ser desenvolvida, além de 378 MW em solar em Minas Gerais, que devem ser desenvolvidos no médio prazo. Por enquanto, desenvolver os projetos da fonte solar fotovoltaica não é prioridade da AES Brasil, devido à alta dos preços dos equipamentos, mas Sadock disse não acreditar que eles continuarão nos patamares elevados por muito tempo.
“Hoje não temos projeto específico para esse ativo, que precisa de desenvolvimento, mas verificamos a importância de trazê-lo ao nosso portfólio para termos as opções de acessar a fonte uma vez que os preços de capex de solar se tornem mais competitivos”, disse a executiva.
