Como esperado, a criação de um novo patamar de bandeira tarifária, para combater a crise hídrica, teve peso relevante na inflação oficial do país em setembro. De acordo com o IBGE, a energia elétrica teve alta de 6,47%, influenciando o IPCA de 1,16% em setembro, acima da taxa de 0,87% observada em agosto, e levando a inflação acumulada dos últimos 12 meses a romper a barreira dos dígitos e alcançar 10,25% – muito acima do teto da meta de inflação para 2021, pelo Banco Central, de 5,25%.
Além do efeito de curto prazo na inflação, ainda há a expectativa de mais aumentos com relação à energia elétrica nos próximos meses. Isso porque, mesmo com o patamar da bandeira tarifária escassez hídrica, de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, projeção da MegaWhat Consultoria indica um déficit para a Conta Bandeiras no fim do ano de R$ 7,97 bilhões.
Os derivados de petróleo também tiveram desempenho expressivo no IPCA. O gás natural teve alta de 0,29% e o gás liquefeito de petróleo (GLP) avançou 3,91% em setembro. A gasolina registrou alta de 2,32%, enquanto o etanol teve inflação de 3,79%. O gás natural veicular avançou 0,68% e os preços do diesel subiram 0,67%.