O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, enviou na quinta-feira, 13 de janeiro, ofício ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, solicitando a suspensão da bandeira vermelha escassez hídrica para os consumidores de Minas Gerais. A justificativa foi as fortes chuvas que ocorreram no estado nas últimas semanas.
Segundo a agência de notícias do estado, o governador declarou reconhecer as características do Sistema Interligado Nacional (SIN) e sua governança, no entanto, a manutenção da cobrança da bandeira para os consumidores, neste momento, “significa subjugá-los a mais um sacrifício insuportável e desproporcional, quando colocado em perspectiva à realidade do restante do país”.
No documento enviado ao ministro, Romeu Zema aponta que, nas últimas décadas, o estado esteve sujeito aos interesses da União em função dos seus reservatórios para atendimento a usinas e hidrovias localizadas em outras unidades da Federação, em detrimento do bem-estar social, econômico e ambiental local.
“Ainda assim, apesar da equivocada gestão de recursos hídricos da qual Minas Gerais foi vítima, recentemente, sua população ainda se viu sujeita a arcar com a ‘bandeira de escassez hídrica’ determinada pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) e levada a cabo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, diz trecho do ofício.
Para Zema, a imediata suspensão da exigência, além de ser medida de justiça social e econômica, possui natureza humanitária da qual a União não pode se desincumbir.
Conforme informação da agência de notícias de Minas Gerais, a decretação da situação de emergência ocorre em 374 municípios, com 26.492 desalojados, 4.047 desabrigados, 25 mortes diretamente relacionadas às chuvas, além de milhares de pessoas atingidas direta ou indiretamente pelas inundações.
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