Combustíveis

'Se a Petrobras fizer um novo reajuste, o país pode quebrar', diz Bolsonaro

(Por Camila Maia, Natália Bezutti e Rodrigo Polito)

O presidente da República, Jair Bolsonaro, utilizou o espaço de sua live semanal nesta quinta-feira, 5 de maio, para fazer críticas à Petrobras e à política de preços praticada pela estatal, diante dos resultados positivos apresentados pela companhia nos últimos trimestres.

Segundo ele, se a Petrobras fizer um novo reajuste, o país pode quebrar. “A Petrobras não entende isso, ou não quer entender”, e completou que os dirigentes da Petrobras “só estão de olho no lucro”. 

A live do presidente ocorreu momentos antes da divulgação do lucro da Petrobras no primeiro trimestre de 2022. A estatal reportou lucro de R$ 44,5 bilhões no período, crescimento de mais de 3.700% em comparação com o lucro do primeiro trimestre de 2021. 

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Além disso, depois de anunciar mais de R$ 100 bilhões em proventos aos acionistas em 2021, o conselho de administração da Petrobras aprovou a distribuição de R$ 3,71 por ação preferencial e ordinária em circulação, somando R$ 48,5 bilhões em recursos adicionais que serão desembolsados aos investidores

Ainda sem saber desses resultados, Bolsonaro declarou na sua transmissão ao vivo que “durante a crise da pandemia e da guerra da Rússia, faturou horrores”. Ele ainda falou que o lucro da Petrobras é “um absurdo”, e que um novo reajuste nos preços seria “um crime” e “inadmissível”. 

Defasagem e reajustes 

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) em 27 de abril, a defasagem do preço do diesel praticado pela Petrobras em relação ao mercado internacional alcançou 25%.

O último reajuste da petroleira ocorreu em 1º de maio, de 19% para a venda de gás natural para as distribuidoras, com vigência até 31 de julho. O aumento na comparação com os preços praticados entre fevereiro e abril decorreu da atualização com base nas fórmulas acordadas, que vinculam a variação do preço do gás às variações do Brent e da taxa de câmbio.

Em 11 de março, o reajuste do preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras foi de 18,7%, enquanto para o diesel, o aumento foi de 24,9%, e para o gás liquefeito de petróleo (GLP) a alta chegou a 56,6%.