Hidrogênio

Eletronuclear integra iniciativa global pioneira de hidrogênio de fonte nuclear

A demanda mundial de hidrogênio deve crescer cerca de seis vezes, para 530 milhões de toneladas, em 2050, em relação ao nível observado em 2021, de 90 milhões de toneladas, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Do total da demanda atual de hidrogênio, 90% foram produzidos a partir de fontes fósseis. “O que impressiona é a quantidade de energia necessária para gerar o hidrogênio. O desafio é como gerar o hidrogênio sem emissões [de CO2]”, afirma Carlos Leipner, diretor global de estratégia nuclear da Clean Air Task Force (CATF), organização mundial voltada para a descarbonização no setor de energia. A entidade é uma das participantes do Nuclear Hydrogen Initiative (NHI), iniciativa colaborativa global lançada

Eletronuclear integra iniciativa global pioneira de hidrogênio de fonte nuclear

A demanda mundial de hidrogênio deve crescer cerca de seis vezes, para 530 milhões de toneladas, em 2050, em relação ao nível observado em 2021, de 90 milhões de toneladas, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Do total da demanda atual de hidrogênio, 90% foram produzidos a partir de fontes fósseis.

“O que impressiona é a quantidade de energia necessária para gerar o hidrogênio. O desafio é como gerar o hidrogênio sem emissões [de CO2]”, afirma Carlos Leipner, diretor global de estratégia nuclear da Clean Air Task Force (CATF), organização mundial voltada para a descarbonização no setor de energia.

A entidade é uma das participantes do Nuclear Hydrogen Initiative (NHI), iniciativa colaborativa global lançada oficialmente nesta semana e que reúne mais de 40 empresas, instituições acadêmicas, agências governamentais e organizações sem fins lucrativos para discutir o papel do hidrogênio a partir da fonte nuclear para a descarbonização do setor de energia. A estatal brasileira Eletronuclear é um dos quatro operadores mundiais que integram a iniciativa.

Apesar do lançamento oficial, marcado também pela divulgação de um relatório que reúne a visão de políticas públicas ao redor do mundo sobre a produção de hidrogênio a partir da fonte nuclear, os trabalhos da NHI começaram há quase dois anos, por meio de estudos e reuniões entre os seus integrantes.

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“O grande valor [da iniciativa] é a troca de informações e experiências”, conta Leipner, experiente executivo da indústria de geração de energia nuclear, com longa carreira na norte-americana Westinghouse, onde foi vice-presidente para o Canadá e a América Latina.

A NHI é dividida em cinco grupos de trabalhos voltados para os seguintes temas: políticas públicas; mercados; tecnologia e aspectos regulatórios; financiamento e acesso a fontes de recursos; e comunicação.

Eletronuclear

Segundo Leipner, dentro desse processo de discussão, a Eletronuclear tem um papel importante, até porque a companhia já possui um sistema de eletrólise no complexo nuclear de Angra dos Reis, embora ainda não faça a captura do hidrogênio.

A estatal possui projeto em parceria com Furnas sobre a possibilidade de construção de uma planta modelo de geração de hidrogênio limpo a partir do sistema de eletrólise existente nas usinas de Angra I e II. O investimento estimado no projeto seria de R$ 8,5 milhões.

Para a Eletronuclear, a participação na NHI é importante para o relacionamento com agentes internacionais e o acesso a referências sobre tecnologias do tipo. Do mesmo modo, a participação da estatal brasileira coloca a empresa na linha de frente das novidades sobre a produção de hidrogênio a partir de energia nuclear em âmbito mundial.

Sobre o Programa Nacional do Hidrogênio, a NHI tem feito trabalho de interação com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre o tema, segundo Leipner.

Taxonomia europeia

A recente decisão da Comissão Europeia de enquadrar a fonte nuclear como tecnologia limpa, no regulamento de taxonomia climática da União Europeia vai favorecer a viabilização de recursos para o financiamento de projetos de geração nuclear.

A consultoria Rystad Energy prevê que a medida estimule o crescimento da geração de energia nuclear em alguns países do continente. Ainda assim, porém, a expectativa é de redução da capacidade instalada da fonte na próxima década.

A Rystad Energy estima que 48,28 gigawatts (GW) do parque gerador nuclear europeu atual sejam desativados até 2035. No mesmo período, a previsão de capacidade adicional é de 26,51 GW, “causando uma perda líquida de geração nuclear de 21,77 GW”, estima a consultoria.

Leipner, do CATF, entende que a decisão do parlamento europeu vai de fato abrir portas para financiamento a projetos de geração nuclear, mas que o objetivo da NHI continua concentrado em discutir formas de ampliar a produção de hidrogênio com baixa emissão de carbono.

“O foco permanece em desenvolver uma plataforma de discussão para o debate de políticas públicas sobre desafios técnicos regulatórios e de oportunidades de negócios”, conclui o especialista.

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(foto: Divulgação Eletronuclear)

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