(Camila Maia e Jade Stoppa Pires)
Os nove países-membros da Cooperação Energética dos Mares do Norte (NSEC, na sigla em inglês) anunciaram a meta conjunta de atingirem ao menos 260 GW de energia eólica offshore até 2050. Os objetivos são agregados, não-vinculativos e compreendem a área marítima de toda a região da NSEC. Fazem parte do grupo os países Bélgica, Irlanda, Dinamarca, França, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Suécia.
Durante reunião ministerial realizada em Dublin, na Irlanda, nesta segunda-feira, 12 de setembro, os ministros de energia do grupo e a Comissão Europeia reiteraram seus compromissos no desenvolvimento da fonte eólica offshore e a importância de uma ação coletiva no âmbito da União Europeia para a segurança energética dos países.
“O compromisso de hoje é um grande exemplo do tipo de cooperação regional que a Comissão imaginou na nossa Estratégia de Energia Renovável Offshore. É impressionante que a meta dos nove países da NSEC constitui mais de 85% da ambição geral da União Europeia estabelecida dois anos atrás”, disse a comissária para Energia da Comissão Europeia, Kadri Simson. “Ampliar a energia renovável vai não apenas aumentar a sustentabilidade do nosso setor de energia, mas também nossa segurança em fornecimento e acesso à energia – dois desafios que nós estamos enfrentando na UE neste momento”.
Em 2030, os países devem atingir no mínimo 76 GW, chegando a 193 GW em 2040. Segundo o comunicado, o volume total de 260 GW representa mais de 85% da ambição de toda a União Europeia para a fonte, que é de atingir no mínimo 300 GW de capacidade em 2050.
Os países vão trabalhar juntos no estabelecimento de corredores marítimos na região, para o desenvolvimento da infraestrutura necessária para a construção dos projetos. Foram definidos grupos de trabalho dentro do NSEC, sendo que um deles vai monitorar a implementação dos projetos, trabalhando também em aspectos regulatórios dos mercados de energia afetados, enquanto outro vai trabalhar na remoção de barreiras para a realização de contratos de compra de energia (PPAs) e na realização de leilões.
Os ministros presentes na reunião reconheceram os gargalos existentes na cadeia de suprimentos, que está afetando negativamente os desenvolvedores de projetos, e que pode prejudicar as metas anunciadas. Os líderes se comprometeram em continuar conversas “construtivas” com a indústria, que sofre com a guerra na Ucrânia, assim como os desafios enfrentados nas cadeias globais de suprimento.