O leilão A-5 realizado nesta sexta-feira, 14 de outubro, cumpriu a diretriz do Ministério de Minas e Energia (MME) de viabilizar a compra de energia “mais barata, segura e limpa”, disse Renata Rosada da Silva, assessora especial de Assuntos Econômicos da pasta, durante entrevista coletiva concedida após a conclusão do certame.
“A estratégia foi direcionar para fontes mais competitivas que poderiam trazer preço menor, e foi um sucesso. Conseguimos deságios muito bons frente aos preços-teto, inclusive valores para eólica e solar inferiores ao Pmix das distribuidoras”, disse a especialista.
Questionada se haverá alguma mudança na duração dos contratos negociados nos leilões, considerando as incertezas que as distribuidoras têm na previsão de demanda, Rosada da Silva disse que essa é uma questão em avaliação. “Estamos e com certeza vamos chegar na melhor solução”, disse.
O certame contratou 176,8 MW médios, ao preço médio de R$ 237,48/MWh, deságio de 26,38% em relação ao preço máximo do certame. O investimento previsto nas 22 usinas contratadas soma R$ 2,9 bilhões. As únicas distribuidoras compradoras foram a Celpa e a Cemig, com 31,75 MW médios e 145 MW médios, respectivamente.
Em atendimento à Lei 14.182/2022, metade da energia contratada no leilão, 87,3 MW médios, veio de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais de geração hidrelétrica (CGHs), cuja potência total soma 175,5 MW.
Segundo Erik Rego, diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a contratação de hoje cumpre a lei, e a demanda continuará reservada para a fonte hídrica até que os 2 GW de potência definidos pela legislação sejam cumpridos.
Para Rosada, a consulta pública aberta pelo MME para discutir a abertura total do mercado livre de energia em 2028 não deve ter afetado a demanda do leilão de hoje. “Já temos um histórico de demandas mais baixas, as distribuidoras já contam com a abertura do mercado”, disse ela.
“Destacamos, inclusive, a importância de um cronograma de abertura com a máxima antecedência, para que as distribuidoras possam trabalhar os portfólios”, completou.