A Thymos Energia estima um reajuste médio de 5,96% nas contas de luz dos brasileiros em 2023, abaixo da média de 11,35% registrada no ano passado. Para chegar ao resultado, a consultoria especializada considerou questões como os empréstimos da Conta-Covid e Escassez Hídrica, a desaceleração da inflação e a redução dos custos de Itaipu embutidos na tarifa.
“Apesar de alguns fatores pressionarem as tarifas, temos vários outros que trazem alívio, e a combinação de todos esses componentes resultou numa média mais razoável para o bolso do consumidor”, explica João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia.
Entre os fatores que vêm pressionando as tarifas ao longo dos últimos anos estão os pagamentos ainda em curso da chamada Conta Covid, criada em fevereiro de 2021, e de custos de geração extra de eletricidade durante a escassez hídrica de 2021, que serão cobrados por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) Escassez Hídrica, homologada em fevereiro deste ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para Mello, as boas condições hidrológicas atuais e a redução dos índices de inflação podem colaborar para o cenário de queda nos índices de reajuste da conta de luz em 2023.
Outro elemento que deve contribuir é a não previsão de uma maior desvalorização cambial, já que a energia gerada em Itaipu é cobrada em dólar, por se tratar de uma usina binacional.
“[Além disso], taxa de repasse de Itaipu para este ano teve uma redução de 33% se comparada ao ano anterior devido ao fim do custo do financiamento da hidrelétrica”, afirma a análise.
Conforme Thymos Energia, os créditos tributários concedidos pela Lei 14.385, sancionada em junho de 2022, que define que os valores pagos a maior pelos consumidores de energia pela incidência de ICMS sobre a base de cálculo de PIS e Cofins, deverão ser devolvidos por meio da tarifa de energia podem provocar um alívio médio de 6,53% na conta de luz dos brasileiros de 2023.
Apesar do cenário mais otimista, Mello avalia que algumas distribuidoras podem chegar a aplicar dois dígitos de acréscimo, devido a questões específicas como as revisões tarifárias que ocorrem de quatro em quatro anos e a restituição de medidas de desoneração utilizadas para conter os reajustes nos anos de 2020 e 2021.