Óleo e Gás

Gás para Empregar começa a sair do papel com reunião do GT e estudos da PUC-Rio, Petrobras e Abiquim

O programa Gás para Empregar, instituído em março deste ano para aumentar a competitividade e a oferta de gás natural no Brasil, começou a tomar forma nesta semana, com a realização da primeira reunião do grupo de trabalho nesta quarta-feira, 26 de julho.

Gás para Empregar começa a sair do papel com reunião do GT e estudos da PUC-Rio, Petrobras e Abiquim

O programa Gás para Empregar, instituído em março deste ano para aumentar a competitividade e a oferta de gás natural no Brasil, começou a tomar forma nesta semana, com a realização da primeira reunião do grupo de trabalho nesta quarta-feira, 26 de julho.

Alinhado ao objetivo do programa, o Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC) divulgou estudo que indica possibilidade de aumento na disponibilidade de gás no país. A pesquisa foi encomendada por grupo liderado pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) com a coordenação técnica da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e lançada na quinta-feira, 27 de julho. Outra iniciativa da mesma Abiquim, desta vez com a Petrobras, investiga formas de estimular o setor químico nacional, que enfrenta desafios ligados a energia, tributos e custo de matéria-prima.

O Grupo de Trabalho do Gás para Empregar (GT-GE) foi criado em meados de maio, mas fez sua primeira reunião apenas nesta quarta-feira, 26 de julho, no Ministério de Minas e Energia (MME). Participaram representantes de todos os 14 órgãos e entidades públicas que compõem o GT. No encontro, foram aprovadas as diretrizes e metodologias a serem seguidas pelo grupo, assim como a criação de cinco comitês interministeriais. São eles: disponibilidade do gás natural; acesso ao mercado de gás natural; modelo de comercialização de gás natural da união; gás para o setor produtivo; e papel do gás natural na transição energética. A coordenação do GT-GE deve se reunir quinzenalmente e os comitês deverão ter reuniões semanais. A previsão é que o GT-GE funcione até 9 de novembro, com possibilidade de prorrogação dos trabalhos por mais 120 dias, caso necessário.

O Gás para Empregar foi criado em março, durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O programa tem como objetivo melhorar o aproveitamento e o retorno social e econômico da produção de gás e aumentar a disponibilidade do insumo para produção nacional de fertilizantes nitrogenados, petroquímicos e outros setores produtivos, reduzindo a dependência externa. Além dos macro objetivos do programa, o GT-GE vai avaliar medidas para viabilizar a redução dos volumes de gás reinjetados “além do tecnicamente necessário” nas operações de produção de petróleo e gás.

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Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o mercado de gás brasileiro deve receber R$ 94 bilhões em investimentos do setor privado, com alocações em unidades de fertilizantes no valor aproximado de R$ 39 bilhões, unidades de processamento de gás e rotas de escoamento, com cerca de R$ 15 bilhões para cada segmento e, ainda, R$ 25 bilhões para gasodutos de transportes. A previsão é de que sejam criados 342 mil postos de empregos, segundo a empresa.

IEPUC e Abiquim: quase a metade do gás reinjetado poderia vir para o mercado 

No mesmo dia em que o GT-GE fazia sua primeira reunião, o Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC) divulgou em São Paulo estudo encomendado pela Coalizão pela Competitividade do Gás Natural como Matéria-Prima, liderada pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) com a coordenação técnica da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Esteve presente no lançamento do estudo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

De acordo com comunicado do MME, o estudo aponta que quase a metade do volume reinjetado atualmente nas atividades de exploração de óleo e gás, ou cerca de 30 milhões de m3 por dia, poderia ser enviado ao mercado se houvesse capacidade de escoamento. O MME aponta que, nos últimos 10 anos, vem caindo o percentual da produção disponibilizada, tendo atingido menos de 40% em 2022. O comunicado do ministério contextualiza que boa parte desta queda é explicada pelo crescimento contínuo dos níveis de reinjeção de gás nos reservatórios.

Segundo a Petrobras e outros agentes do setor de óleo e gás, a reinjeção de gás natural é importante para otimizar a produção de petróleo, que tem maior valor de mercado. A técnica é necessária sobretudo nos campos do pré-sal.

Petrobras e Abquim criam grupo técnico para colaborar com a revitalização do setor

Ainda ontem, quinta-feira, a Petrobras e a Abiquim anunciaram a criação de um grupo de trabalho para estudar medidas que contribuam para a revitalização do setor no país.

De acordo com comunicado da Petrobras, o objetivo é mostrar que os gargalos da indústria química e de fertilizantes enfrenta gargalos “vão além da estratégia de utilização de gás”. Petrobras e Abiquim reconhecem que não há uma medida isolada que solucione o setor e apontam ser importante a participação de “diversos agentes” para aprimorar a competitividade da indústria química brasileira.

Segundo a Abiquim, fatores como energia, matéria-prima e tributação correspondem a mais de 80% dos custos do setor. A Associação e a Petrobras informaram que não há uma medida isolada capaz de destravar o setor e que a ação de “diversos agentes” é importante para aprimorar a competitividade da indústria química e de fertilizantes no país.