Após sugerir que o Brasil poderia ser a quinta economia do mundo e falar sobre a retomada de investimentos na refinaria Abreu e Lima (Rnest), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a privatização da Eletrobras e avaliou o processo como um “escárnio” do país.
“Este país já poderia estar consagrado como a quinta economia do mundo há muito tempo, mas há muita gente nesse país que teima em retroceder. O que fizeram com a nossa Petrobras? A privatização da Eletrobras? A privatização da Eletrobras, as pessoas não gostam que se fale, mas foi um escárnio nesse país o que se fez num setor estratégico como o setor de energia”, disse o presidente durante assinatura de acordo para criação do parque tecnológico aeroespacial da Bahia, nesta quinta-feira, 18 de janeiro.
Desde que assumiu a presidência, Lula tem feitos críticas à privatização da companhia. Em agosto, o mandatário brasileiro assinou decreto revogando a qualificação das participações acionárias remanescentes de emissão da Eletrobras no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e as excluiu do Programa Nacional de Desestatização (PND). A exclusão da companhia do PPI refletiu o interesse do governo em manter os 43% que detém em ações ordinárias da empresa.
Além disso, a participação é motivo de um processo da União que questiona o limite a voto de todos os acionistas da Eletrobras, de 10%, previsto na lei de privatização da empresa. Como a União tem 43% das ações da antiga estatal, a ação alega que a limitação viola o seu direito constitucional de propriedade em benefício de acionistas privados.
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Durante seu discurso na Bahia, o presidente afirmou que se reuniu nesta semana com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, para tratar do “futuro econômico” do país.
“Sou mais otimista hoje do que eu era durante a campanha [eleitoral]. Esse país nunca será o país que queremos se não levarmos em consideração que é preciso melhorar a qualidade de vida de cerca de 80% da população”, afirmou Lula.