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Propostas pela Compagás não foram "adequadas" e desfecho deve ocorrer nesse semestre, diz Copel

Sem propostas consideradas “adequadas”, a Copel pretende segurar a venda de sua participação de 51% no capital social e votante da Compagás no primeiro semestre do ano. Segundo o presidente da companhia, Daniel Slavieiro, o objetivo é maximizar o valor do ativo, considerado “super premium”.

Propostas pela Compagás não foram "adequadas" e desfecho deve ocorrer nesse semestre, diz Copel

Sem propostas consideradas “adequadas”, a Copel pretende segurar a venda de sua participação de 51% no capital social e votante da Compagás no primeiro semestre do ano. Segundo o presidente da companhia, Daniel Slavieiro, o objetivo é maximizar o valor do ativo, considerado “super premium”.

“Nós o enxergamos como um ativo super premium, estando dentro da quarta maior economia do país, com [previsão] de crescimento bastante expressivo. A Compagás tem um valor que consideramos adequado, mínimo, e estamos dando espaço para recebermos mais propostas vinculantes pra que a gente possa tomar a decisão sobre o desfecho, seja para o lado da alienação, seja para o lado da permanência do ativo, até o final do primeiro semestre. Nossa prioridade não é o prazo, mas sim a maximização do valor desse ativo”, informou durante teleconferência realizada com investidores nesta sexta-feira, 1° de março.

Slavieiro afirmou ainda que a Compagás “está com campo fértil para crescer e gerar valor”, já que ficou um tempo sem realizar os investimentos necessários para sua expansão, pois aguardava a finalização das discussões sobre a concessão, que acabou sendo renovada em 2022 e tem um bônus de outorga já quitado, com tem vigência até 2054.

O potencial desinvestimento está em sintonia com o Planejamento Estratégico Empresarial da Copel – Visão 2030, que busca fortalecer os pilares para a perenidade e o crescimento sustentável dos negócios com foco em energia elétrica. O assunto é “colocado na balança” pela companhia nas discussões sobre a venda do ativo.

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>> Copel hiberna UTE Figueira e estratégia será descarbonizar sua geração.

De acordo com Slavieiro, a companhia vê a possibilidade ganhar mais escala em geração renovável e, eventualmente, em distribuição, segmento foco dos investimentos orgânicos de 2024.

Além da Copel, a Commit Gás e a Mitsui Gás e Energia do Brasil detêm 24,5% do capital social cada uma.

AES

As recentes notícias sobre a possível saída da AES do Brasil e a venda de seus ativos não “brilham os olhos” da Copel. Segundo o executivo, apesar dos ativos da AES serem “atraentes”, a empresa focará seus esforços em sua disciplina financeira, já que tem importantes investimentos previstos para 2024, envolvendo o aumento da base de distribuição e a revisão tarifária, além do pagamento de R$ 4 bilhões do bônus de outorga da renovação das hidrelétricas Foz do Areia, Salto Segredo e Salto Caxias.

Transmissão

A companhia não pretende participar do primeiro leilão de transmissão previsto para ocorrer em março deste ano.

PLD Sinal Locacional

Sobre o projeto de decreto legislativo (PDL 365), em análise  no Congresso Nacional, Slavieiro não acredita no avanço da discussão, sendo mantida a resolução normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma vez que outras medidas como, por exemplo, as medidas provisórias do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, podem mexer com “esse ambiente”.

Hidrogênio

Na última semana, a Copel produziu suas primeiras moléculas de hidrogênio renovável, geradas por fonte solar, em uma operação em teste. A iniciativa é fruto de um projeto desenvolvido no programa de inovação aberta Copel Volt, que selecionou a colombiana Solenium, responsável pelo projeto de hidrogênio, e outras quatro startups para criar soluções que atendam os principais desafios da companhia no cenário de transição energética.

“A elaboração desse primeiro teste envolveu equipes de diversas áreas da empresa, o que foi fundamental para potencializar as possibilidades da solução e contribuir para a implantação de mais um projeto de baixo carbono, de acordo com o planejamento estratégico da empresa para os próximos anos”, afirmou Cássio Santana da Silva, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel.

Resultados

A Copel registrou lucro líquido de R$ 943 milhões no quarto trimestre do ano passado, um crescimento de 51,2% em relação ao registrado no mesmo intervalo do ano anterior.

O Ebitda (lucro antes juros, imposto, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 1,5 bilhão, alta de 10,1%. Já a receita líquida somou R$ 5,6 bilhões, crescimento de 5,8%.

Segundo a companhia, o desempenho do trimestre foi impacto pelo crescimento da reversão de impairment (termo em inglês para desvalorização de ativo) na UEG Araucária (UEGA) – em processo de desinvestimento-, no montante de R$ 258,6 milhões, em decorrência da assinatura do contrato de compra e venda de ações.

Outro destaque no resultado foi a variação de R$ 627,7 milhões em imposto de renda e contribuição social, como reflexo, principalmente, do reconhecimento da provisão do PIS/Cofins em 2022, impactando o resultado e tributos diferidos.

O crescimento de 8,0% do mercado fio faturado, o reajuste tarifário de junho de 2023, com efeito médio de 6,32% nas Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd) e a alta de 5,4% (+R$ 8,1 milhões) com outras receitas operacionais, principalmente por arrendamentos e aluguéis de equipamentos, estruturas e compartilhamento de postes, também ajudaram no resultado.

Também contribuíram o crescimento de R$ 50,9 milhões na compra e venda de energia elétrica na Copel Geração e Transmissão, em função do cenário de maior hidrologia (GSF médio de 83,8%, ante 77,6% no 4T22), e o acréscimo no resultado oriundo dos complexos eólicos Aventura e Santa Rosa & Mundo Novo, adquiridos em janeiro de 2023.

Os eventos foram parcialmente compensados, sobretudo, pela menor remuneração sobre ativos de contrato de transmissão, em função, especialmente, da revisão tarifária periódica aplicada aos contratos e da menor inflação no comparativo entre períodos e pela redução de R$ 30,2 milhões na receita de parques eólicos por desvio de geração no comparativo entre períodos, devido, essencialmente, à restrição operativa imposta pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no constrained-off.