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AES Brasil vê alta de preços e possível mudança nas bandeiras tarifárias no 2º semestre

A AES Brasil avalia que o movimento de aumento na carga deve continuar ocorrendo no Brasil, o que deve pressionar o sistema elétrico em ano com altas temperaturas provocadas pelo fenômeno La Niña. Segundo Rogério Jorge, presidente da AES Brasil, há crescimento relevante na carga de longo prazo, além de um aumento “consistente” de 3% a 4% na demanda, “superando até o PIB”, o que pode levar ao acionamento de bandeiras tarifárias com custo adicional ao consumidor, pesando na conta de luz.

Bandeiras-Tarifarias-Conta-de-Luz-Foto-Bravo-Energia-
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A AES Brasil avalia que o movimento de aumento na carga deve continuar ocorrendo no Brasil, o que deve pressionar o sistema elétrico em ano com altas temperaturas provocadas pelo fenômeno La Niña. Segundo Rogério Jorge, presidente da AES Brasil, há crescimento relevante na carga de longo prazo, além de um aumento “consistente” de 3% a 4% na demanda, “superando até o PIB”, o que pode levar ao acionamento de bandeiras tarifárias com custo adicional ao consumidor, pesando na conta de luz.

“Já estamos observando uma pressão a partir do meio do ano, quando a chuva na região norte do país diminui, reduzindo também a geração das usinas da região em sua maioria de fio d’água. Além disso, a partir de junho, não podemos mais depender da precipitação para recuperar os níveis de reservatório, pois o volume potencial é muito baixo, mesmo que com chuvas próximas às médias”, disse Jorge, durante teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre da AES Brasil.

O maior consumo de energia estaria complementado pelas previsões de formação do fenômeno La Niña, que provoca aumento na temperatura – outro fator que leva a maior consumo de energia. As condições climáticas também devem provocar menos chuvas no Norte, o que poderá comprometer a geração hídrica da região.

Por outro lado, a AES espera outro período de geração eólica fraca. “A região onde nossos ativos eólicos estão localizados é justamente onde se espera mais chuvas”, disse o executivo. Também em São Paulo, onde a empresa tem ativos de geração solar, as condições climáticas de temperaturas mais altas com chuvas próximas ou acima da média podem impactar o desempenho das placas.

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Maior nível de contratação e a preços mais altos

A AES tem aproveitado o período de maior carga e maiores riscos climáticos para fechar contratos mais vantajosos. “No primeiro trimestre, aumentamos nosso nível de contratação de 2025 a 2028, com o crescimento também do preço médio”, disse Rogério Jorge. A empresa tem negociado contratos acima de R$ 190 o MWh já a partir de 2025.

Além disso, se por um lado os ventos fracos do primeiro trimestre comprometeram a geração da companhia, por outro possibilitaram a antecipação de manutenções preventivas nos equipamentos, de forma a obter maior geração no segundo semestre, quando os ventos costumam ser melhores.

Ajuste no preço de usina e menos investimentos

A piora do resultado financeiro da AES Brasil no trimestre, que foi um dos fatores para o prejuízo de R$ 102,4 milhões no período, tem como principais razões a redução no caixa para a realização de investimentos e o ajuste no preço de compra do parque Alto Sertão.

As informações foram passadas pelo diretor financeiro da AES Brasil, José Simão, que contou que a empresa se comprometeu a pagar mais por Alto Sertão II caso ele gerasse mais do que o previsto – o que aconteceu. “Estamos fazendo o pagamento agora, mas é totalmente neutro em termos de geração de valor do ativo. Ele vale mais, está entregando mais, fizemos pagamento a maior”, disse o diretor na reunião. A diferença seria de R$ 22 milhões.

Além disso, houve redução no resultado da companhia na comparação com o ano anterior em função do menor caixa investido. “Lá [1T23] tínhamos um caixa muito alto, era preparação para o ciclo de investimentos que se deu ao longo do ano e agora a posição do caixa, naturalmente, é menor”, explicou Simão.

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