Horário de verão

CMSE terá reunião extraordinária para discutir agravamento da seca

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia - Foto: Ricardo Botelho/MME

*Matéria atualizada
Uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) será realizada nesta quinta-feira, 19 de setembro, para discutir novas medidas de combate à seca e possíveis ações para reduzir os impactos nos reservatórios das hidrelétricas. A afirmação foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante entrevista à rádio Itatiaia, quando foi questionado sobre o potencial retorno do horário de verão no país. 

“Muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo para uma decisão final. Nós não temos tempo para decretar, mas temos um bom tempo para planejar o início, que acontecerá de forma planejada para que haja impactos apenas positivos para a população brasileira”, disse o titular da pasta na entrevista realizada nesta segunda-feira, 16 de setembro.

Contudo, Silveira ponderou que o assunto será discutido em uma “mesa ampla”, inclusive com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para verificar os impactos da mudança nas eleições deste ano, já que “as urnas eletrônicas já estão programadas” considerando o horário padrão.

Na visão do ministro, o retorno do horário de verão será usado para “dissipar” a necessidade do despacho adicional de térmicas no horário de pico, quando as fontes intermitentes reduzem geração. Além disso, pontou que a retomada ajudará no aprimoramento do planejamento e da segurança do Sistema Interligado Nacional em 2026.

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“O horário de verão passa a ser uma realidade muito premente. Tudo leva a crer que há uma necessidade, não do ponto de vista de risco energético, mas é uma forma de não deixar a conta de luz dos brasileiros subir″, disse Silveira.

O ministro afirmou ainda que a conta de luz já chegou ao “limite” e disse que não há necessidade de despacho adicional de termelétricas.

 “Não haverá crise energética, ao contrário do que aconteceu com o governo anterior, em 2021, quando estivemos à beira do colapso. Já estamos no limite da conta de luz. Queremos evitar qualquer tipo de despacho, que chamamos de extra-formal das térmicas”, falou.

O horário foi suspenso durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019 e o seu retorno já havia sido abordado por Silveira em novembro de 2023, que justificou seus benefícios “não só para o setor de energia, mas também para a economia do país”.

Neste período, a pasta iniciava o planejamento leilão de reserva de capacidade de térmica para atendimento na ponta em 2024 e dizia que o certame traria mais tranquilidade e segurança energética ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em meio às ondas de calor. Previsto para ocorrer ainda neste ano, o leilão ainda não tem data marcada.

*Matéria atualizada sobre a data de realização da reunião, após confirmação com o Ministério de Minas e Energia.