A venda da energia elétrica gerada no terceiro trimestre do ano pela Petrobras cresceu 138,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, a 1,075 MW médios. Segundo a estatal, o desempenho é explicado pela piora da afluência dos reservatórios das usinas hidrelétricas e da necessidade do maior despacho termelétrico em horários de maior consumo de energia, compensando a intermitência da geração por fontes renováveis.
Por outro lado, a venda de disponibilidade térmica em leilão foi de 1.135 MW médios, com redução de 31,4% na comparação anual.
Com o aumento do despacho térmico a gás natural, a Petrobras contabilizou um aumento das vendas de cerca de 6 milhões de m³/dia na mesma base de comparação. Pelo lado da oferta, o crescimento no período foi suportado pela maior produção de gás nacional por conta de menores intervenções, além da maior importação de GNL.
Já a importação de gás natural da Bolívia se manteve estável, a 13 milhões de m³/dia.
” A concretização do projeto do Rota 3, agora Complexo de Energias Boaventura, permitirá a ampliação da oferta de gás natural para o mercado nacional e a redução da dependência de importações, incrementando a competitividade da Petrobras,” afirmou Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia.
Produção de petróleo e gás
A produção de petróleo e gás recuou 6,6% no terceiro trimestre deste ano, alcançando 2,654 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Em seu relatório sobre o desempenho, a empresa não apresentou justificativa para a queda.
Também houve redução de 8,2% na produção de petróleo e líquido de gás natural (LGN), a 2,129 milhões de barris/dia. Já produção de gás natural foi de 525 mil boe/dia, permanecendo estável na mesma base de comparação.
Conforme documento, a produção da empresa caiu em todas as áreas de extração. O pré-sal ficou com 1,822 milhão de barris de óleo equivalente por dia, queda de 2,7%. Mesmo com a redução, a empresa destacou uma maior produção do FPSO Sepetiba (campo de Mero) e a entrada em produção de dois novos poços na Bacia de Santos, um no FPSO Almirante Barroso (campo de Búzios), e um poço complementar no FPSO Maricá (campo de Tupi), compensados pelo maior volume de paradas.
Também entraram em operação cinco poços injetores na Bacia de Santos.
A produção do pós-sal foi de 275 mil barris por dia (Mbpd), 10,1% inferior ao terceiro trimestre de 2023, justificado pelo maior número de intervenções para atendimento aos requisitos de segurança operacional, maior volume de perdas com paradas programadas para manutenção, além do “declínio natural de produção”. Entraram em operação cinco poços injetores, na Bacia de Campos.
A produção em terra e águas rasas foi de 32 Mbpd, 3 Mbpd abaixo do trimestre anterior, devido ao maior volume de perdas com paradas para manutenções. Por fim, a produção no exterior foi de 35 Mboed, referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em linha com o período homólogo.
Petrobras: Vendas nas áreas
A produção e as vendas de derivados no mercado interno cresceram 4,2% em relação ao trimestre anterior, impulsionadas pelo aumento sazonal da demanda, segundo a empresa.
De acordo com a estatal, setembro foi o melhor resultado mensal no ano para o fator de utilização total (FUT) do parque de refino, atingindo 97%, “o que reflete o alto nível de eficiência operacional do nosso parque de refino e a forte integração com as áreas de logística e comercialização da empresa”.
O desempenho permitiu uma produção total de 1.818 Mbpd, priorizando produtos de alto valor agregado (diesel, gasolina e QAV corresponderam a 68% da produção total), mesmo com as paradas de manutenção realizadas em quatro refinarias durante o trimestre.
O volume de vendas de derivados cresceu 4,2% em relação ao terceiro trimestre de 2023, com destaque para diesel, gasolina, QAV, GLP e asfalto.
As vendas de diesel cresceram 6% no período devido ao aumento sazonal do consumo no terceiro trimestre, com o plantio da safra de grãos de verão e o aumento da atividade industrial. As vendas de gasolina registraram crescimento de 1%, principalmente, ao aumento de competitividade da gasolina em relação ao etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex.
A elevação de 3,8% nas vendas de QAV na etapa é justificado pela empresa pelo aumento sazonal da demanda do setor, em função período de férias e maior atividade econômica. O volume de vendas de GLP subiu 3,2% decorrente da maior atividade da indústria de transformação no terceiro trimestre e dos registros de temperatura médias mais baixas nos principais centros consumidores do país nesse período.
Adicionalmente, a Petrobras afirmou que vendeu 816,7 mil toneladas de asfalto no terceiro trimestre, melhor resultado trimestral desde 2014.