No Ceará

Projeto de hidrogênio verde de grupo espanhol consegue autorização para acesso ao SIN

Planta consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático

Hidrogênio verde; 66 projetos somam R$ 188 bilhões no Brasil. / Crédito: Cela
Hidrogênio verde | Cela

A Secretária Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME) reconheceu que a alternativa de acesso à rede básica do Sistema Interligado Nacional, definida pelos estudos para a conexão da planta de hidrogênio verde Cumbuco, atende aos critérios de mínimo custo global de interligação e reforço nas redes e está compatível com o planejamento da expansão do setor elétrico para um horizonte mínimo de cinco anos.

Localizado no município de Caucaia, estado do Ceará, o projeto é propriedade da empresa FRV do Brasil Serviços de Energias Renováveis, subsidiária de um grupo espanhol de mesmo nome. Chamada de H2 Cumbuco, a planta consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático.

A empresa estima investimento de aproximadamente R$ 27 bilhões, além da geração de cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação – números que correspondem às fases um e dois do empreendimento. A capacidade estimada de produção é de 2 GW em sua totalidade.

A primeira fase do projeto contempla uma capacidade de 500 MW de eletrolisadores, produzindo 400 mil toneladas de amônia por ano com um investimento de R$ 7 bilhões. Na segunda fase será acrescentada uma capacidade de 1,5 GW de eletrolisadores, aumentando a produção em 1.200.000 toneladas de amônia para atingir um total de 1.600.000 toneladas por ano. Esta fase exigirá um investimento adicional de R$ 20 bilhões.

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Em junho deste ano, Manuel Pavon, diretor-geral da FRV América do Sul, participou de uma reunião com o governo do estado, quando destacou que a expectativa é de começar a construção em 2027, com um prazo em torno de dois a três anos. Já a operação estaria prevista para iniciar entre 2029 e 2030.

A empresa ressalta que a produção será viabilizada a um custo competitivo, com foco na viabilidade e sustentabilidade do projeto. A planta utilizará energia renovável e água de reuso.

Parecer da pasta

O acesso compreende o seccionamento da linha de transmissão Pecém II – Pacatuba C1/C2, em 500 kV, e construção de trechos de linha de transmissão, em 500 kV, circuito duplo, de aproximadamente 3,35 quilômetros de extensão cada e quatro cabos condutores 954 kcmil por fase, conectando ao barramento de 500 kV da subestação Pecém III, formando as linhas de transmissão Pecém II – Pecém III e Pacatuba – Pecém III, em 500 kV;

A planta também prevê a construção de novo pátio, em 500 kV, na subestação Pecém III e respectivas conexões, em arranjo disjuntor e meio e respectivas conexões, entradas de linha, disjuntores e interligações associadas.

O acesso pretendido pelo consumidor livre deverá ser precedido de parecer de acesso emitido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico e de autorização expedida pela agência reguladora.

As instalações, válidas até a data de 31 de dezembro de 2033, deverão compor Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (Cust) vigente.

Empresa do H2 Cumbuco

Fundada na Espanha, em 2006, a FRV integra a Jameel Energy e atua no fornecimento de soluções de energia renovável em todo o mundo. Tem operação em quatro continentes, com mais de 50 plantas de geração de energia.

A empresa tem 2 GW em operação, 1,5 GW em construção e 24 GW em desenvolvimento. Especificamente em relação ao hidrogênio verde, a FRV está desenvolvendo projetos que somam 6 GW.