A Shizen Energy, empresa japonesa especializada em energia renovável, e o governo do Rio Grande do Sul assinaram nesta terça-feira, 19 de novembro, acordo sobre estudos de viabilidade para a construção de um parque eólico offshore no litoral gaúcho, com potencial para a produção de hidrogênio verde. A assinatura do memorando com a Shizen faz parte de uma série de compromissos estratégicos do estado com empresas no Japão.
Segundo dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o grupo tem seis pedidos de licenciamento ambiental de eólicas offshore abertos no órgão até 1º de novembro de 2024.
Das solicitações, quatro são no Rio Grande do Sul, nas cidades de Farol de Mostardas, Querência, Taim e Barra do Chuí. Os outros pedidos estão distribuídos nos municipios de Araras e Tatajuba no Ceará.
Até o momento, o Ibama acumula 98 pedidos de licenciamento ambiental, que somam 234.253 MW de potência total. O último projeto a pedir licenciamento foi de uma planta-piloto da Petrobras, de 18 MW, no Rio de Janeiro, protocolado em 12 de agosto deste ano.
“A energia renovável é uma prioridade para o Rio Grande do Sul, e o acordo firmado com a Shizen representa um avanço na nossa estratégia de sustentabilidade. Essa é uma parceria que poderá trazer benefícios concretos para o Estado e consolidar a nossa liderança na transição energética”, afirmou o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).
PL da eólica offshore
Após crescer num ritmo de gigawatts, os pedidos de licenciamento ambiental protocolados no Ibama passaram por uma estagnação, coincidindo com o prazo em que o Projeto de Lei 11.247/2018, que cria um marco legal para a exploração de energia eólica offshore, travou no Senado Federal após emendas serem incluídas durante sua tramitação na Câmara dos Deputados. No momento, o PL está em análise na Comissão de Infraestrutura (CI).
De janeiro a novembro, foram protocolados apenas dois pedidos para análise de projetos-pilotos, num total de 33 MW.
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Em outubro, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da proposta no Senado, afirmou que o projeto seria uma das prioridades da casa em novembro. Em uma publicação em seu site divulgada na última semana, o parlamentar afirmou que é preciso pensar em texto que concilie benefícios da economia local e da sustentabilidade.
“Temos que pensar em um texto que concilie benefícios para economia local e a sustentabilidade. Durante as enchentes no Rio Grande do Sul, por exemplo, as usinas termelétricas a carvão desempenharam um papel fundamental para garantir o atendimento quando outras fontes não puderem atender”, afirmou Weverton.
A afirmação do senador ocorreu durante um encontro com um senador Weverton Rocha recebeu nesta terça-feira (12), no Senado Federal, o militante das causas sociais e ambientais, Frei Sérgio Gorgen.
“Tem uma situação muito peculiar no Rio Grande do Sul relacionado às usinas de carvão, que precisam continuar em operação. Temos um plano de transição energética que prevê que o funcionamento continue com uso de tecnologia de ponta. Ao mesmo tempo, incentivando a indústria local que realiza atividades que capturem carbono”, disse o frei.