O Brasil atingiu a marca de 50 GW de capacidade de geração solar fotovoltaica tornando-se o sexto país do mundo a alcançar esse montante, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) nesta semana. De acordo com a entidade, neste período, o setor trouxe ao Brasil mais de R$ 229,7 bilhões em novos investimentos e gerou mais de R$ 71 bilhões de arrecadação aos cofres públicos.
Conforme o ranking mundial em potência acumulada de energia solar divulgado pela associação, a China lidera entre os países, com 817 GW, seguido pelos Estados Unidos (189,7 GW), Alemanha (94,36 GW), Índia (91,12 GW) e Japão (90,4 GW).
No Brasil, os 50 GW de capacidade de geração estão distribuídos entre a geração própria solar via pequenos e médios sistemas (com 33,5 GW) e as grandes usinas solares (com 16,5 GW). Até o momento, segundo dados da Absolar, a fonte solar já evitou a emissão de cerca de 60,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono, respondendo por 20,7% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira, somados os sistemas centralizados e distribuídos.
Em nota, Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, comemorou o marco da fonte, mas registrou críticas ao novo aumento do imposto de importação sobre módulos fotovoltaicos, de 9,6% para 25%, aprovado neste mês pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex).
“A medida do governo, definida de maneira uniliteral, sem ouvir a sociedade e o mercado, mancha a trajetória de sucesso da energia solar no Brasil e ameaça os investimentos atuais e futuros, com risco de aumento da inflação, perda dos empregos verdes já gerados e insegurança jurídica para as empresas que atuam no país”, alerta Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Absolar.
Segundo a associação, a elevação representa um “grande retrocesso na transição energética” e riscos de cancelamento para mais de 25 GW em projetos solares até 2026. Dados da Greener indicam que essa alta pode resultar em um aumento de 8% no capex dos projetos de geração centralizada, causando desafios na rentabilidade dos ativos diante do cenário de preços no mercado de energia.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, a ação é uma “política protecionista” capaz de “retardar” o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país, com chance de afetar diretamente a credibilidade internacional do Brasil na transição energética.
“Saímos da COP 29, no Azerbaijão, e agora o Brasil se prepara para sediar a COP30, em Belém, no Pará. No entanto, com essa medida contrária à energia solar, o país vai na contramão dos esforços de promover a transição energética e se distancia da posição de liderança e protagonismo na geopolítica do combate ao aquecimento global”, falou Sauaia.