Consumo

Consumo no mercado regulado cai pelo segundo mês; mercado livre cresce 11%

EPE divulgou Resenha Mensal de outubro, mês que teve o terceiro maior consumo industrial desde 2004, perdendo apenas para agosto e setembro

Medidor digital de distribuidoras - Crédito: Agência Pará notícias
Medidor digital de distribuidoras - Crédito: Agência Pará notícias

No ano em que o mercado livre se tornou acessível a todos os consumidores de média ou alta tensão, setembro (-1,1%) e outubro (-0,9%) registraram as primeiras quedas no consumo do mercado regulado, quando comparado aos mesmos meses de 2023. Os dados foram divulgados na resenha mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Em outubro, o consumo no ambiente cativo foi de 27.247 GWh, o que correspondeu a 57% da demanda nacional. A maior expansão no consumo das distribuidoras ocorreu na região Norte, com demanda 3,7% maior do que em outubro de 2023.

Apesar da possibilidade de migração para o ambiente de contratação livre, o número de unidades consumidoras no mercado regulado aumentou 1,2% no período. A região Norte também teve a maior alta no número de unidades, com alta de 3,9%.

No mercado livre, o consumo atingiu 20.549 GWh, com alta de 10,7% no consumo e de 48,3% no número de consumidores. O Sul foi a região que mais expandiu o consumo (+15 %) e o Nordeste teve o maior aumento no número de consumidores livres (+73,8%).

Consumo industrial de março a outubro foi o maior da série histórica

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O consumo industrial entre março e outubro de 2024 foi o maior já registrado pela EPE. Ao longo do ano, o setor industrial bateu recordes de consumo e, após o pico em agosto, outubro teve a terceira maior demanda de toda a série histórica para indústria, perdendo apenas para agosto e setembro deste ano.

Em outubro de 2024, o consumo industrial foi de 16.881 GWh, com avanço de 4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em setembro, o consumo industrial foi de 16.898 GW (+5,8% na base anual) e, em agosto, a demanda da indústria alcançou 17.253 GWh (+7% na base anual).

Em valores absolutos, o maior crescimento industrial em outubro veio da metalurgia, com aumento de 150 GWh, o que corresponde a alta de 3,6% na base anual. O setor teve 26% de participação no consumo industrial. Em seguida, aparecem os setores de produtos alimentícios, borracha e materiais plásticos e extração de minerais metálicos. Entre os 37 setores monitorados pela EPE, 28 consumiram mais em outubro deste ano do que no ano passado, nove deles acima da média do segmento.

Além da indústria, todos os setores apresentaram aumento na demanda. No total, o consumo do país cresceu 3,7% em outubro, a 47.796 GWh. O consumo acumulado em 12 meses foi de 559.646 GWh, alta de 6,8% na comparação com igual período anterior. As informações são da Resenha Mensal, produzida pela EPE.

Consumo residencial e comercial

Apesar do grande consumo na indústria, a maior expansão no mês foi registrada no setor residencial, que avançou 4,6% em um ano, atingindo 15.081 GWh em outubro. A EPE avalia que contribuíram para a alta o tempo seco e quente, além de mudança no padrão de consumo das unidades residenciais, novas ligações, reclassificação de consumidores da classe rural para a classe residencial e a melhora das condições de emprego e renda no país.

Todas as regiões apresentaram crescimento, com maior aumento no Norte (+8,1%), seguido pelo Centro-Oeste (+6,9%), Sudeste (+4,9%), Sul (+3,1%) e Nordeste (+2,3%). Entre os estados, o maior crescimento ocorreu no Amapá (+23,7%), Rondônia (+19,9%), Tocantins (+16,4%) e Mato Grosso (+13,1%). Em cinco unidades da federação houve retração no consumo na base anual: Santa Catarina (-7,0%), Bahia (-4,3%), Distrito Federal(-2,3%), Rio Grande do Norte (-2,2%) e Pernambuco (-1,8%).

Na classe comercial, o consumo atingiu 8.663 GWh no mês, com avanço de 2,8% frente a outubro de 2023. Três estados tiveram acrescimento acima de 10%: Amazonas, Alagoas (+10,5%, ambas) e Rio Grande do Sul (+10,2%). Por outro lado, seis estados consumiram menos do que há um ano, com a maior queda registrada no Mato Grosso do Sul (-7,5%).