A Eneva, operadora privada de gás natural onshore do Brasil, anunciou nesta quarta-feira, 11, a conclusão da aquisição do parque termelétrico Gera Maranhão, que possui duas plantas gêmeas, Geramar I e Geramar II, com uma capacidade total de 332 MW, em Miranda do Norte, no Maranhão.
“Este movimento reforça a posição da Eneva como importante player em geração térmica no país, alinhado a uma estratégia de investimento em projetos que garantam a segurança energética do país e maior confiabilidade ao sistema elétrico brasileiro”, disse a empresa em nota.
A transação, que já havia sido aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), envolve a aquisição de ações representativas de 50% do capital social da Gera Maranhão que eram de titularidade dos acionistas que exerceram o direito de tag along em decorrência da aquisição, pela Eneva, em 14 de novembro de 2024, dos 50% de participação detida pelo BTG Pactual Holding Participações.
A operação consolida a capacidade contratada da companhia em 6,8 GW. A aquisição total da Gera Maranhão contempla o conjunto de quatro ativos adquiridos do BTG pela Eneva. As demais usinas estão localizadas no Espírito Santo. São elas: Linhares, Viana e Povoação.
As ‘novas’ termelétricas da Eneva
Com a compra de quatro termelétricas operacionais e contratadas em leilões de geração, com receita fixa pelo prazo de vigência dos contratos e sem obrigações financeiras significativas de Capex, a Eneva espera o fortalecimento da sua estrutura de capital e a redução substancial da alavancagem, abrindo, possivelmente, um espaço no balanço para aproveitamento de oportunidades.
Além disso, a empresa vê nas térmicas a obtenção de sinergias societárias, financeiras, operacionais e administrativa, o aproveitamento de upsides não precificados, dada a chance de recontratação de 148 MW de capacidade instalada das usinas com contratos regulados com vencimento em dezembro de 2025, que estão conectadas à malha e podem usufruir da estrutura existente do Hub Sergipe para suprimento de combustível.
Na operação, a Eneva vai assumir o controle das termelétricas Viana (174,6 MW), a óleo, e Viana 1 (37,5 MW), a gás natural, localizadas no Espírito Santo. As usinas têm contrato para 121 MW do leilão de energia nova A-3 de 2007, válido até 31 de dezembro de 2024, e assinou, em outubro de 2021, contrato de energia de reserva no âmbito do leilão para o Procedimento Competitivo Simplificado (PCS), com contratos até dezembro de 2025 para a UTE Viana 1. Adicionalmente, em dezembro de 2021, a UTE Viana venceu o leilão de reserva de capacidade, com contratação de 166,4 MW de potência elétrica por 15 anos, a partir de 1º de julho de 2026.
Também instalado no Espírito Santo, o segundo dos ativos comprados foi a termelétrica Povoação 1, de 75 MW, movida a gás natural. A usina garantiu contrato no PCS até dezembro de 2025.
Ainda no estado, a companhia também comprou a participação que um fundo gerido pelo BTG detinha na Linhares, que tem como principal ativo a UTE Luiz Oscar Rodrigues de Melo (240 MW), movida a gás natural liquefeito. A Linhares possui CCEARs, por disponibilidade, até 31 de dezembro de 2025 referente à planta principal, com energia contratada de 96 MW médios.
Em outubro de 2021, a Linhares sagrou-se vencedora no PCS, com contratos até 10 de janeiro de 2026, com energia contratada de 34,6 MW. Conhecida como UTE LORM, comercializou 191 MW no produto potência no Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, firmando CRCAP pelo prazo de 15 anos, com entrega a partir de 1º de julho de 2026. O fornecimento de gás natural para atendimento a este último contrato é suprido pela a Eneva, conforme contrato celebrado em junho de 2024.