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Volatilidade dos preços deve aumentar no 2º semestre, prevê Eletrobras

Rodrigo Limp, VP da Eletrobras
Volatilidade dos preços de energia deve continuar nos próximos meses, segundo Rodrigo Limp, vice-presidente Regulatório da companhia

Com um volume expressivo de energia descontratada nos próximos anos, a Eletrobras prevê que a volatilidade nos preços de energia deve aumentar no segundo semestre de 2025 e continuar em 2026, com “forte” descolamento entre os preços do Sudeste e Sul em relação ao Norte e Nordeste.

“Olhamos sempre o portfólio global da companhia, para que tenhamos proteções e para maximizar o resultado mesmo nesse cenário de maior volatilidade”, disse Rodrigo Limp, vice-presidente de de Regulação, Institucional e Mercado na Eletrobras, durante teleconferência da companhia para discutir os resultados de 2024.

Essa volatilidade deve continuar, refletindo variações da demanda, a inserção crescente de renováveis na matriz e o menor armazenamento de energia, proporcionalmente, nos reservatórios, segundo Limp, que lembrou que desde janeiro foram implementadas mudanças nos modelos computacionais de preços de energia.

Essas mudanças, para o executivo, tornaram os modelos mais aderentes à visão do operador sobre os custos de operação do sistema, e isso trouxe variações na forma como os preços se comportam em relação com o ano anterior.

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Durante a apresentação de resultados, o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, Eduardo Haiama, afirmou que durante os mais de dois anos em que os preços ficaram majoritariamente no piso, entre 2022 e o início deste ano, as condições hidrológicas favoreceram, mas os agentes ficaram “enviesados” acreditando que os preços baixos iriam permanecer por mais tempo.

Mesmo que os preços estejam mais altos neste momento, dada a intensa volatilidade, a empresa vai usar premissas conservadoras na gestão de caixa da geração, evitando aumentar o endividamento de forma desproporcional.

“Em um cenário como esse, temos que atuar de forma bem mais conservadora na hora de analisar para a frente”, afirmou Haiama.

O vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia, Ítalo Freitas, ressaltou ainda que a estratégia de comercialização de energia da Eletrobras conta com uma metodologia de análise de riscos de contraparte e de mercado robusta, tanto que a empresa não ficou exposta aos problemas que vieram à tona recentemente no mercado, com calotes de alguns contratos.

Aumento do lucro no 4º tri

A Eletrobras teve lucro líquido de R$ 1,11 bilhão no quarto trimestre do ano passado, aumento de 24,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A receita operacional líquida cresceu 21,2%, a R$ 12 bilhões, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 22,8%, a R$ 4,6 bilhões.

No ano, o lucro líquido cresceu 136,2%, a R$ 10,4 bilhões. A receita líquida subiu 8,1%, a R$ 40,2%, e o Ebitda ajustado somou R$ 25,5 bilhões, alta de 32,3%.

A energia vendida no mercado livre cresceu 29,4% no quarto trimestre de 2024, a 18,5 TWh, enquanto o preço médio recuou 12%, a R$ 170,48/MWh. Já a energia vendida no mercado cativo recuou 8,3%, a 9,9 TWh, e o preço médio recuou 1,9%, a R$ 216,07/MWh.