Transferência de controle

Amazonas Energia receberá mais R$ 140 milhões em flexibilizações até julho

Com novo repasse, Amazonas chega a R$ 785 milhões dos R$ 14 bilhões previstos no plano de transferência.

Agência da Amazonas Energia
Amazonas Energia

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou, sob judice, o repasse à Amazonas Energia, do valor de R$ 139,5 milhões decorrente das flexibilizações regulatórias a serem cobertas com recursos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).

O valor será repassado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e corresponde aos meses de março, abril, maio, junho e julho de 2025. Na apuração do reembolso da CCC da Amazonas Energia, a CCEE deverá desconsiderar os efeitos do fator de corte de perdas regulatórias do período.

A Aneel já havia determinado sob judice, ainda em 2024, a transferência de R$ 91,1 milhões, referente ao primeiro repasse mensal, relativo ao período de 10 a 31 de outubro. Depois, em fevereiro deste ano, o montante de R$ 553,6 milhões, correspondente aos meses de novembro e dezembro de 2024 e janeiro e fevereiro de 2025.

O plano de transferência da Amazonas para a Âmbar Energia prevê flexibilizações de cerca de R$ 14 bilhões por 15 anos, além de aporte de capital de R$ 6,5 bilhão pela nova controladora na distribuidora, a fim de reduzir seu endividamento.

Acordo entre a Amazonas e a Aneel

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A Amazonas Energia obteve, pela terceira vez, a prorrogação do prazo para a conclusão da transferência de seu controle societário para a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F. A nova extensão é de 90 dias, contados a partir de 30 de abril de 2025.

O prazo inicial para a distribuidora concluir os trâmites da transferência se encerrava em 31 de dezembro, porém a juíza Jaiza Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível da Sessão Judiciária do Amazonas, prorrogou, inicialmente, para o final de fevereiro de 2025, data que foi prorrogada posteriormente para o fim de abril.

Em sua nova decisão, a juíza destacou que a Amazonas pediu a prorrogação sob o argumento de ter uma possibilidade concreta de acordo amigável entre a empresa e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Audiência de conciliação

O encontro foi promovido pelo Tribunal Regional da Primeira Região (TRF1) em 27 de março. Segundo ata da audiência, a qual a MegaWhat teve acesso, o diretor-geral da AneelSandoval Feitosa, lembrou questões que precisam ser endereçadas para que um acordo seja viável, incluindo perdas não técnicas, custos operacionais e receitas irrecuperáveis.

Em conversa com jornalistas após participar do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, Feitosa falou do assunto e disse que as análises solicitadas estão sendo realizadas pela autarquia.

“Como diretor-geral, pedi autorização do colegiado para iniciar uma proposta para iniciar uma solução deste problema, via Poder Judiciário. Não há nenhuma proposta da Aneel ainda. Na presença do desembargador [do TRF1], expomos nossas dificuldades e anseios a respeito desse problema e a empresa colocou as posições dela. Foram solicitadas as análises e estamos fazendo, mas não há proposta da Aneel e não há da empresa, que seja de conhecimento do diretor-geral agência”, disse.

Na audiência, Eduardo Ramalho, procurador-geral da autarquia, sugeriu que a empresa apresente uma proposta de transação flexibilizando os termos inicialmente apresentados e com diretrizes sobre um aporte financeiro que assegure os parâmetros de sustentabilidade econômico-financeira da concessão, além de indicar normas de flexibilidade regulatória que possibilitem a formulação de uma contraproposta viável a ser analisada pela agência.

Também estiveram presentes a procuradora-federal Adriana Maia Venturini e Gentil Nogueira de Sá Junior, secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia.