Jabutis

Congresso deve derrubar veto à extensão de contratos do Proinfa

Congresso deve derrubar veto em trecho do Proinfa, mas outros jabutis devem ter deliberação adiada por falta de acordo.

Sessão conjunta do Congresso deve votar vetos, mas principais "jabutis" da eólica offshore devem ter decisão adiada.
Sessão conjunta do Congresso deve votar vetos, mas principais "jabutis" da eólica offshore devem ter decisão adiada.

A sessão conjunta convocada para hoje do Congresso Nacional deve adiar a análise de vetos do executivo na Lei 15.097, conhecida como marco legal da eólica offshore. A exceção é o trecho da lei que prorroga os contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

Segundo fontes, há acordo para derrubada desse item, que garante a prorrogação dos contratos de PCHs, usinas a biomassa e eólicas do Proinfa por 20 anos, ao preço máximo equivalente ao teto estabelecido no leilão A-6 de 2019. A prorrogação desses contratos tinha sido garantida pela Lei 14.182, mas os contratos seriam ajustados pelo IPCA, e na lei da eólica offshore foram inseridas emendas alterando o indexador pelo IGPM, o que termina por aumentar o impacto na conta de luz.

Quando as emendas no então PL da eólica offshore foram propostas, em 2023, a PSR calculou o impacto dos “jabutis” a pedido do movimento Transição Energética Justa. No caso dos itens relacionados ao Proinfa, foi estimado impacto adicional de R$ 24 bilhões, considerando o horizonte até 2050.

A prorrogação desses contratos é criticada por serem usinas antigas, muitas com tecnologia defasada. Os preços máximos do leilão de 2019, ainda sem ajustes, foram de R$ 189/MWh para eólica, R$ 285/MWh para PCHs e R$ 292/MWh para termelétricas.

Segundo dados da ENBPar, que faz a gestão dos contratos do Proinfa, há hoje 140 contratos vigentes referentes a 131 usinas, sendo 60 PCHs, 52 eólicas e 19 térmicas a biomassa. Juntas, essas usinas somam 2,97 GW de potência instalada.

Os itens relacionados ao Proinfa estão entre os jabutis menos onerosos aprovados na Lei 15.097, segundo os cálculos da PSR. O maior custo se referia à contratação de termelétricas a gás natural inflexíveis, de mais de R$ 150 bilhões, e R$ 140 bilhões referentes à contratação compulsória de PCHs. Os vetos do executivo sobre esses itens não devem ser deliberados na sessão de hoje pela falta de acordo, mas ainda poderão ser derrubados futuramente.