Eólicas offshore

Trump interrompe obra de eólica offshore e empresa deve reagir na Justiça

Trump interrompe obra de eólica offshore e empresa deve reagir na Justiça

A empresa dinamarquesa Ørsted estuda medidas judiciais e está em contato com agências de licenciamento ambiental norte-americanas para prestar esclarecimentos sobre o seu projeto eólico offshore Revolution Wind (704 MW). As ações buscam solucionar a paralisação da construção do ativo a pedido do governo do país em meio à promessa de suspensão de projetos renováveis pelo presidente Donald Trump.

A Revolution Wind é uma joint venture 50/50 da Ørsted com a Skyborn Renewables, do Global Infrastructure Partners (GIP, fundo de investimentos que no Brasil investe em energia por meio da Aliança Energia).

A companhia recebeu na última semana uma ordem do Departamento de Gestão de Energia Oceânica (BOEM, na sigla em inglês), do Departamento do Interior dos EUA, com instruções de interrupção das atividades no projeto.

A planta eólica offshore iniciou a construção após a aprovação final do BOEM em 2023 e está 80% concluída, sendo que todas as fundações offshore e 45 das 65 turbinas foram instaladas.

Em nota, a Ørsted afirmou que a Revolution Wind está cumprindo a ordem e tomando as medidas adequadas para interromper as atividades, garantindo a segurança dos trabalhadores e do meio ambiente.

“A Ørsted está avaliando todas as opções para resolver o problema rapidamente. Isso inclui o contato com as agências de licenciamento relevantes para quaisquer esclarecimentos ou resoluções necessárias, bem como possíveis processos judiciais, com o objetivo de prosseguir com a construção e conclusão do projeto, previsto para entrar em operação no segundo semestre de 2026”, diz a empresa.

A companhia ainda informou que a Revolution Wind possui contratos de compra de energia de 20 anos para fornecer 400 MW de eletricidade para Rhode Island e 304 MW para Connecticut – o suficiente para abastecer mais de 350 mil residências em ambos os estados.

A empresa avalia as potenciais implicações financeira da paralisação das obras. “A companhia informará oportunamente o mercado sobre o potencial impacto”, disse a Ørsted em comunicado.

Ofício do governo Trump

Segundo a entidade, a ordem busca tratar de preocupações que surgiram durante a análise que o Departamento do Interior está conduzindo depois de envio de memorando pelo presidente Donald Trump em janeiro de 2025. 

“O BOEM busca tratar de preocupações relacionadas à proteção dos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos e a prevenção de interferência com usos razoáveis da zona econômica exclusiva, do alto-mar e dos mares territoriais” , diz trecho do ofício.

As atividades no projeto não poderão ser retomadas até que o BOEM informe que concluiu a análise necessária.