A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revisou sua projeção de demanda de combustíveis para 2024 e 2025, com aumento no consumo esperado. Para 2024, o consumo deve ser de 153,2 bilhões de litros, com crescimento de 1,3%, e para 2025 a demanda deve chegar a 158,2 bilhões de litros, com crescimento de 3,3%. As perspectivas anteriores, publicadas em fevereiro deste ano, eram de crescimento de 0,8% em 2024 e 3% para 2025.
O consumo de combustíveis já registra aumento de 5% entre março de 2023 e fevereiro de 2024, segundo a EPE. A empresa destaca o consumo de diesel (diesel S 10 + biodiesel), que teve uma demanda sazonal recorde de 8,7% entre janeiro e fevereiro de 2024, ocasionada pelo atraso nas exportações de soja. “No entanto, o restante do semestre deve ser impactado por uma safra 2023/24 menor do que a do ano passado”, avalia a EPE.
Assim, a entidade projeta um crescimento de 1,6% no consumo de diesel no primeiro semestre de 2024 e um aumento anual de 0,8% para 2024, com consumo total de 67,6 bilhões de litros. Para 2025, a EPE espera aumento de 3,1% na demanda.
O consumo de diesel S-10 deve crescer 3,8% neste ano e 7,1% em 2025, a 44,3 bilhões de litros e 47,4 bilhões de litros, respectivamente. Já o biodiesel deve crescer 19% em 2024, a 9 bilhões de litros, e de 11,8% em 2025, a 10,1 bilhões de litros. Os valores significam, entretanto, uma desaceleração, já que entre março de 2023 e fevereiro de 2024, a demanda de biodiesel cresceu 24,3%. O percentual de mistura de biodiesel ao diesel aumentou de 13% para 14% em março deste ano, e será aumentado para 15% em março de 2025.
A demanda por etanol hidratado, usado como combustível direto nos veículos, deve crescer 22,2% em 2024, a 18,4 bilhões de litros. Em 2025, o aumento deve ser de 6,6%. Segundo a EPE, a relação entre os preços do etanol e da gasolina estão favoráveis ao biocombustível na maioria dos estados, o que aumenta a procura pelo etanol. Esta tendência deve continuar ao longo de 2024.
Querosene de aviação: com mais eficiência, consumo do combustível não deve acompanhar crescimento do setor
Também há aumento na demanda por querosene de aviação, que deve crescer 3,5% em 2024, a 6,8 bilhões de litros, e 1,3% em 2025, a 6,9 bilhões de litros. Segundo a EPE, a demanda por voos terá aumento no país, tanto em rotas domésticas quanto internacionais, que tiveram crescimento de 6,1% e de 20%, respectivamente, na comparação anual com base em fevereiro.
Os níveis dos voos internacionais ainda estão 2,8% abaixo do registrado em fevereiro de 2019, antes da pandemia de covid-19, mas a EPE projeta um número recorde de passageiros e da atividade do setor aéreo em 2025, “ultrapassando as máximas de 2014/15”, impulsionados pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e pelos níveis de emprego e renda.
Apesar disso, o crescimento no consumo de querosene não deve acompanhar o mesmo ritmo diante do ganho de eficiência operacional de aeroportos e companhias aéreas, que também têm efetuado a troca de aeronaves por modelos mais eficientes.
GLP
No primeiro bimestre de 2024, as vendas de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão, aumentaram 4,7% na base anual. O crescimento se explica, segundo a EPE, pela retomada do consumo na região Norte, após o fim do período de seca que restringiu a navegação fluvial em várias localidades da região.
Ainda segundo a entidade, o consumo de GLP deve aumentar 1% em 2024, a 7,5 milhões de toneladas, e 0,9% em 2025, a 7,6 milhões de toneladas. O consumo é favorecido pelo aumento da taxa de ocupação, aumento do PIB e por maiores transferências de programas sociais.