A crise aberta pela guerra na Ucrânia continua provocando a alta dos preços do petróleo nesta quinta-feira, 3 de março. O cenário pressiona os preços da gasolina e do diesel no Brasil, que alcançam defasagem de 25% em relação ao mercado internacional, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), quando a Petrobras completa 50 dias do último reajuste de preços.
Às 8h34, os contratos futuros do petróleo Brent eram negociados com alta de 1,97%, a US$ 115,15 o barril. Já o petróleo WTI registrava alta de 2,7%, negociado a US$ 113,59 o barril.
“Investidores, comerciantes e políticos estão lutando para lidar com o agravamento do impasse Rússia-Ucrânia. A reação inicial de alta dos preços após o conflito na Ucrânia está apenas se intensificando. O cenário realista atual é que uma grande parte do petróleo bruto russo, assim como os derivados de petróleo refinados, não serão mais palpáveis para o mercado e criarão um déficit de oferta durante o conflito armado”, afirmou Louise Dickson, analista sênior de mercado de petróleo da consultoria Rystad Energy.
Combustíveis
Para Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e fundador do canal “Manual do Brasil”, a continuidade da guerra na Ucrânia pode pressionar um novo aumento dos preços dos combustíveis no mercado brasileiro, por causa de uma perspectiva de elevação da cotação do petróleo Brent e do dólar.
De acordo com dados da Abicom, a defasagem média do preço do diesel no mercado brasileiro em relação à paridade de preço de importação (PPI) é de 25%, com base nos preços de ontem. A defasagem é a mesma (25%) no caso da gasolina.
O último reajuste dos preços de combustíveis da Petrobras ocorreu em 12 de janeiro.
Na última semana, o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, afirmou que a companhia está observando a volatilidade dos preços do petróleo, desde o início da guerra, mas não indicou quando poderá fazer um ajuste nos preços.