Preços do diesel devem aumentar, mas é possível evitar desabastecimento, diz Abicom

A suspensão das exportações de diesel e gasolina russos, que foi anunciada na última quinta-feira, 21 de setembro e surpreendeu o mercado, deve provocar aumento nos preços no Brasil que em agosto importou 1 milhão de m³ de diesel – correspondente a 77,4% do total importado, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

“A redução na oferta de volumes de produtos provoca desequilíbrio entre oferta e demanda e, naturalmente, pressiona os preços no mercado internacional. Como aproximadamente 30% do volume de óleo diesel comercializado no Brasil é de origem importada, deverá haver aumento nos preços no mercado brasileiro”, diz o presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araujo.

Segundo Sérgio Araujo, é possível evitar o desabastecimento se os produtores nacionais, “principalmente a Petrobras na sua condição de agente dominante no mercado”, derem previsibilidade dos volumes de derivados que serão disponibilizados para as distribuidoras de combustíveis.

“Com as informações dos volumes que serão ofertados pelos produtores nacionais, as distribuidoras poderão negociar os volumes necessários para completar o suprimento e garantir a realização de suas vendas, independente dos preços praticados”, diz Araujo.

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No dia 21 de setembro, a MegaWhat entrou em contato com a Petrobras para checar a capacidade de atendimento, mas a empresa ainda não enviou posicionamento.

Flexibilização não altera condições para o Brasil

Nesta segunda-feira, 25 de setembro, o governo russo anunciou flexibilização na suspensão, permitindo a exportação de diesel com alto teor de enxofre e combustível marítimo para algumas embarcações, de acordo com a agência de notícias Reuters. No entanto, a flexibilização não deve mudar o cenário no Brasil, já que o diesel importado pelo país é de baixo teor de enxofre.