A retomada da demanda de gás natural liquefeito (GNL) na Ásia – principalmente na China – pode desencadear um aumento expressivo nos preços do ativo em 2023. A previsão é do novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
“A China é a grande incógnita em 2023. Se a demanda global de GNL retornar aos níveis pré-crise, isso apenas intensificará a concorrência nos mercados globais e, inevitavelmente, aumentará os preços”, afirma Keisuke Sadamori, diretor de Mercados de Energia e Segurança da IEA.
O relatório aponta que, e conjunto com o clima mais ameno na Ásia, as restrições do covid-19 fizeram com que a demanda na China, o maior importador de gás natural do mundo, tivesse uma queda de 2% no consumo asiático do último ano.
Entretanto, conforme os chineses retomem suas atividades econômicas, a demanda doméstica de GNL pode aumentar 10% neste ano. Já em um cenário no qual a China se recupere rapidamente, a demanda do país pode crescer até 35%.
“Isso provocaria uma competição acirrada nos mercados internacionais e poderia fazer com que os preços voltassem aos níveis insustentáveis vistos no verão passado, representando uma preocupação, em particular, para os compradores europeus “, diz o relatório.
Conforme o documento, o consumo global de gás caiu cerca de 1,6% em 2022, fazendo a Europa reduzir a demanda em até 13% por meio de medidas políticas direcionadas. Isso provocou uma entrada recorde de GNL e uma queda acentuada no consumo, principalmente em setores com uso intensivo de energia, como as indústrias.
Por sua vez, o volume de gás natural liquefeito enviado para o bloco cresceu 63% no período, enquanto o valor do comércio global do combustível atingiu o recorde histórico de US$ 450 bilhões.