Consumo de gás natural na União Europeia cai 19,3% em cinco meses

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

23/Fev/2023 15:12 BRT

Categoria

Óleo e Gás

O consumo de gás natural na União Europeia (UE) caiu 19,3% entre agosto de 2022 e janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A redução ultrapassa a meta de 15%, prevista no plano RePowerEu.

Entre janeiro e julho de 2022, antes da meta de redução, o consumo de gás natural na UE variou entre 1.938 petajoules (PJ) em janeiro e 785 PJ em julho. Uma maior queda no consumo foi registrada a partir de agosto, com reduções de 14%, 14,3%, 24,7% e 25% em novembro.  

Em dezembro de 2022, o consumo atingiu 1.575 PJ, indicando uma queda de 12,6%, em comparação aos meses anteriores. Em janeiro de 2023, o bloco apresentou uma redução de 22,1%.  

“Janeiro é um mês mais frio e com maior consumo, e ainda assim, em janeiro de 2023 foi registrado 1.534 PJ. A redução do consumo foi evidente face a dezembro de 2022, com 1.575 PJ, e a janeiro de 2022, com 1.938 PJ.”, disse a União Europeia, em comunicado oficial.  

IEA na União Europeia 

Nesta quinta-feira, 23 de fevereiro, o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Faith Birol, se reuniu em Bruxelas com comissários dos 27 países da UE para discutir a importância do fortalecimento da segurança energética. 

Durante o encontro, Birol elogiou as medidas adotadas pela Europa em meio às interrupções de fornecimento de gás natural russo, porém alertou o bloco contra a demora em garantir o abastecimento dos reservatórios antes do próximo inverno, acrescentando que “certamente ainda não estamos fora de perigo”.  

Para o diretor-executivo, o bloco deve se preocupar com um novo corte nos fluxos de gás da Rússia, pelos dutos que passam pela Turquia e Ucrânia. Além disso, Birol acredita que a retomada das atividades da China, após a liberação das restrições da covid-19, pode afetar os esforços europeus em preencher os reservatórios. 

Na opinião do executivo,  o pacote de subsídios para a transição energética apresentado no início de fevereiro deve ajudar na implementação de fontes renováveis, colaborando para transição energética no bloco e “moldando o futuro da indústria europeia”. 

Pelo Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou as sugestões de Birol e afirmou que os líderes europeus seguem trabalhando para fortalecer a competividade do plano.