Combustíveis

Sanções impostas contra Rússia tiveram ‘impacto limitado’, diz IEA

Sanções impostas contra Rússia tiveram ‘impacto limitado’, diz IEA

As diversas sanções impostas pelos países aos russos tiveram “impacto limitado” na produção de petróleo da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, afirma novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira, 11 de agosto. Segundo o documento, as exportações da commodity do país para a Europa, Estados Unidos, Japão e Coreia caíram apenas quase 2,2 milhões de barris por dia.

As exportações de petróleo e derivados da Rússia impactaram em uma redução de menos de 3% na produção de petróleo, graças ao redirecionamento de fluxos para países como Índia, China e Turquia – mitigando as perdas financeiras do país. Como resultado da diminuição da produção, a Rússia teria gerado US$ 19 bilhões em receitas de exportação de petróleo no mês passado e US$ 21 bilhões em junho.

Os chineses alcançaram em junho o posto de maiores compradores de petróleo da Rússia, ultrapassando a União Europeia (UE). De acordo com a agência, “os compradores asiáticos entraram em cena para aproveitar o petróleo barato”. 

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Mesmo com os recentes embargos impostos pela UE ao petróleo e produtos russos, a IEA estima que alguns formuladores de políticas devem sugerir um possível “abrandamento das medidas”. Em resposta, a entidade disse que aumentou sua previsão de demanda de petróleo na Rússia para o segundo semestre de 2022 em 500 mil b/d.

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Globalmente, a IEA prevê um aumento na demanda de petróleo em 380 mil barris por dia. Segundo o relatório, o crescimento será motivado pela forte onda de calor no hemisfério Norte e a diminuição da oferta de gás natural na Europa.

“Esses aumentos extraordinários [de consumo], predominantemente concentrados no Oriente Médio e na Europa, mascaram a fraqueza em outros setores, mas impulsionarão a demanda [do petróleo] em 2,1 milhões b/d, para 99,7 milhões b/d, em 2022 e de 2,1 milhões b/d, para 101,8 milhões de barris por dia, em 2023”, disse a IEA.

Previsão OPEP+

Por outro lado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, (OPEP+) projeta que a demanda mundial pela commodity deve crescer 3,1 milhões de barris por dia em 2022, uma redução de 260 mil b/d em relação à previsão de crescimento anterior.

Segundo documento divulgado, a estimativa de queda é resultado das expectativas da organização de um possível “ressurgimento” das restrições do covid-19, das incertezas causadas pela invasão a Ucrânia e um cenário de desaceleração das economias globais. 

Do volume total previsto, a Opep estima que os Estados Unidos, Canadá, Brasil, China e Guiana devem ser os principais contribuintes para o incremento da oferta. Enquanto, a Indonésia e Tailândia devem enfrentar uma queda na produção.