A União Europeia colocou em vigor nesta quarta-feira, 10 de agosto, uma das medidas punitivas adicionais à Rússia, proibindo as importações de carvão do país. Segundo o bloco, a ação tem o objetivo de “desestabilizar” a situação na Ucrânia, levando a perdas de receita de aproximadamente US$ 8 bilhões por ano para os russos.
Atualmente, os russos respondem por 70% das importações de carvão térmico do bloco europeu, de acordo com um relatório do Bruegel, uma think tank com sede em Bruxelas, na Bélgica. De acordo com o documento, a União Europeia já vem reduzindo suas importações da fonte, tendo adquirido 7,9 milhões de toneladas de carvão em junho de outros países, um volume inferior ao importado em período semelhante no ano passado.
A decisão sobre o embargo foi publicada em abril no Diário Oficial da União Europeia, inserido no quinto pacote de sanções desde a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro deste ano. O período de quatro meses entre a decisão e a entrada em vigor se deu, justamente, para que os países-membros buscassem alternativas na geração de eletricidade.
Brian Ricketts, secretário-geral da Associação Europeia de Carvão e Lignito (Eurocoal), acredita que a UE importará mais carvão do que antes, enquanto procura alternativas de fonte de energia mais sustentáveis.
“Acreditamos que isso acontecerá porque até 120 terawatts-hora de produção de eletricidade a partir do gás serão substituídos por carvão e lignito. Isso economizaria cerca de 22 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, muito mais do que qualquer outra medida individual”, disse Ricketts.
Essa semana, também entrou em vigor, o acordo da União Europeia (UE) para reduzir o consumo de gás natural no bloco em 15% até março de 2023.