
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todos os produtos brasileiros exportados a partir do dia 1º de agosto de 2025, foi vista com preocupação pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). A entidade, além de outras associações e empresas do setor, estiveram reunidos com o Ministério de Minas e Energia (MME) para avaliar os possíveis impactos da taxa na cadeia do petróleo, gás natural e biocombustíveis.
Segundo o IBP, a medida traz incertezas para o setor de petróleo e gás, que responde por 17% do PIB industrial brasileiro e 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos no país. Além disso, ressalta que em 2024, o petróleo foi o principal produto da pauta de exportações no Brasil, superando a soja e contribuindo com US$ 44,8 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Para o mercado norte-americano, o petróleo bruto é hoje o principal item na pauta de exportações. “O IBP defende o diálogo aberto entre as lideranças brasileiras e norte-americanas a fim de encontrar uma solução diplomática para esta questão e preservar a estabilidade institucional e o fluxo comercial entre as duas maiores economias do continente”.
O Brasil ocupa a oitava posição em produção de óleo bruto do mundo e, entre 2021 e 2023, as exportações líquidas de petróleo atingiram US$ 92,7 bilhões em receitas para o país.
“Por isso, avaliamos com cautela os reais impactos sobre investimentos e competitividade da nossa indústria, que conta com mais de 40 mil empresas atuando diretamente no Brasil”.
Diálogo sobre taxa no MME
O MME promoveu nesta quinta-feira, 10 de julho, uma reunião com representantes das principais entidades e empresas dos setores de petróleo, gás natural e biocombustíveis para discutir os possíveis impactos das tarifas. Segundo a pasta, o objetivo foi avaliar efeitos e ouvir os diversos segmentos da cadeia produtiva sobre os possíveis reflexos.
O encontro foi coordenado pelo secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, que destacou o papel do ministério de “manter um canal permanentemente aberto, para que qualquer informação relevante seja compartilhada com o governo brasileiro”.
Participaram da reunião representantes da Petrobras, Unica, Abiove, Aprobio, Ubrabio, IBP, Abicom, Unem, Bioenergiabrasil, Be8, FS Bioenergia, Raízen, Inpasa, Sindaçucar-AL, Amcham e Abiquim.