Potee 2025

MME coloca reforços de transmissão em consulta pública

linha-de-transmissao-torre-generica-detalhe-foto-pexels
Torre de transmissão | foto: Pexels

O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou para consulta pública o Plano de Outorgas de Transmissão de Energia Elétrica (Potee) 2025. Os agentes interessados terão 30 dias, contados a partir de 23 de maio, para enviar suas contribuições.

O plano trata de ampliações e reforços para a Rede Básica e demais instalações de transmissão. O documento define obras e instalações prioritárias para a expansão do sistema de energia nos próximos anos, com foco em necessidades imediatas e em horizontes até 2029.

Transmissão no Norte

Entre os reforços contemplados está a do primeiro capacitor em derivação 230 kV (50 MVAr trifásico) para a subestação Onça Puma, no Pará, e que atualmente não possui compensação reativa capacitiva. Segundo nota técnica, trata-se de intervenção pontual destinada a adequar o sistema às necessidades operacionais da Rede Básica, especificamente para controle de tensão e melhoria da qualidade do serviço regional, sem requerer alterações estruturais na subestação ou criação de novos pátios.

Além disso, justifica que apesar da baixa atratividade econômica para licitação isolada, sua autorização como reforço, preservando o interesse público e a eficiência administrativa.

O plano ainda indica a substituição de transformador de 465 MVA na subestação coletora Porto Velho, transferida à Eletronorte, e de aproximadamente 350 km de novas linhas de transmissão e uma nova subestação 525/230 kV Vilhena 2. 

O conjunto de instalações configura elementos essenciais para expansão da infraestrutura de transmissão em Rondônia, segundo nota técnica do Potee. Adicionalmente, a instalação é seria um reforço para resiliência no sistema de transmissão Acre e Rondônia em resposta às mudanças climáticas, com o equipamento integrando o corredor de transmissão 500/230 kV que interliga o subsistema Acre/Rondônia ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

O relatório identifica que a região enfrenta crescente vulnerabilidade devido aos eventos climáticos extremos, como o episódio de estiagem severa em 2023 que afetou a disponibilidade das usinas do rio Madeira.

“A primeira etapa, objeto de indicação no Potee 2025 – 1ª emissão, visa prover maior confiabilidade às instalações e praticamente dobrar os limites de importação e exportação de energia dos estados do Acre e de Rondônia, elevando-os de aproximadamente 450 MW para 900 MW”, diz trecho do documento.

Novas instalações no Rio Grande do Sul

Na região Sul, o Potee 2025 destaca a construção da subestação Iguaçu 525/230 kV no oeste paranaense, incluindo transformador e seccionamentos das linhas de transmissão Foz do Iguaçu – Cascavel Oeste (525 kV) e Foz do Iguaçu Norte – Medianeira Norte C1/C2 (230 kV). 4.22.

No extremo noroeste gaúcho, o relatório indica a implantação da subestação Boa Vista do Buricá 2 230/69 kV, compreendendo dois transformadores e os seccionamentos das linhas Guarita – Santa Rosa 1 (230 kV) e Campo Novo – Boa Vista do Buricá 1 (69 kV).

Em relação às obras de fronteira previstas para o estado do Rio Grande do Sul, o relatório ainda destaca que a distribuidora RGE celebrou contrato de uso do sistema de transmissão (Cust) junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), viabilizando sua inclusão no Potee.

A região metropolitana de Curitiba receberá investimentos estruturantes com três grandes obras. A subestação Barigui 2, com data de necessidade para dezembro de 2029, incluirá dois transformadores 230/138 kV de 225 MVA cada e capacitor de 15 Mvar, com integração mediante o seccionamento da linha de transmissão Campo Comprido – Santa Quitéria (230 kV).

A subestação Uberaba 230/138 kV, também com data de necessidade para dezembro de 2029, contará com novo pátio GIS em 138 kV, dois transformadores de 150 MVA e capacitores de compensação.

Completando o conjunto, a subestação Curitiba Oeste 525/230 kV compreenderá transformação, novo pátio 230 kV e seccionamento da linha CIC – Campo Comprido (230 kV), além da nova linha de transmissão 230 kV Curitiba Oeste – Barigui 2 C1/C2 com trechos aéreos e subterrâneos. A nota técnica ainda respalda a construção da linha de transmissão 230 kV Canoinhas – Ponta Grossa C1, com 137 km de extensão, necessária a partir de julho de 2027.

Reforços no Centro-Oeste

No Centro-Oeste brasileiro, o relatório identifica relevantes obras para o atendimento da região de Goiás. A subestação Matrinchã 2 230/138 kV incluirá dois transformadores. Interligando esse novo empreendimento, serão construídas a linha de transmissão 230 kV Itapaci – Matrinchã 2 C1 (152 km) e a LT 230 kV Matrinchã 2 – Firminópolis C1 (139 km).

Segundo a nota técnica, os empreendimentos “representam investimentos fundamentais para garantir o atendimento elétrico, com qualidade e segurança, ao mercado consumidor das regiões de Barro Alto, Matrinchã e Firminópolis, além de permitir o pleno escoamento das usinas, conectadas ao SIN, que estão pendentes de solução estrutural”.