
O Brasil registrou no último ano 685 acidentes com a rede elétrica, queda de 12,4% na comparação com 2023, quando foram registrados 783. Contudo, houve um aumento no número de fatalidades, com 257, sete a mais que os 250 registrados em 2023.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), incluindo os casos fatais, lesões graves e leves. Para a associação, apesar da redução nos números totais, o aumento da fatalidade é preocupante.
Dos 685 acidentes registrados em 2024, 224 foram classificados como lesões graves e 204 como lesões leves. Como em anos anteriores, as principais causas envolvem construção ou manutenção predial, cabos energizados no solo, furto de condutor e equipamentos e ligações clandestinas, além da operação de equipamentos em áreas agrícolas.
Dos acidentes fatais e lesões graves, 171 estão na construção civil ou predial e 58 por cabos energizados no solo.
“Alguns dos acidentes na construção civil, eles ocorrem em empresas que estão fazendo uma edificação maior. E eu diria que é muito em função do manuseio (…), mas você tem também as chamadas pequenas obras, onde a pessoa está fazendo uma ampliação da sua casa, muitas vezes elevando, fazendo um segundo, às vezes até um terceiro piso, numa residência, aproximando essa residência da rede elétrica”, explicou o presidente da Abradee, Marcos Madureira.
Redes e eventos climáticos
A nova edição da Campanha Nacional de Segurança para a Prevenção de Acidentes com a Rede Elétrica, lançada pela Abradee e 42 distribuidoras associadas, ainda chama atenção para os cuidados durante eventos climáticos extremos, como enchentes, temporais e deslizamentos.
Nesse sentido, segundo Marcos Madureira, a entidade tem trabalhado em pontos relacionados a aumentar a capacidade de identificar pontos com falha e realizar o isolamento, por meio de automação, e criar a condição de que, o mais rapidamente possível, aquelas regiões que não estejam devidamente afetadas por aquela falha, ou seja, um distúrbio que esteja no circuito próximo, possa ser atendido por um outro caminho.
“É um ponto importante que as distribuidoras têm feito nessa questão relacionada a esses eventos. Bom, são cuidados que têm que ser tomados”, explica o presidente da entidade.
Ele ainda explica os efeitos distintos entre as áreas de concessão, entre redes aéreas e subterrâneas, e como os eventos recentes que ocorreram por quebra de árvores sobre a rede e inundações.
“Foi muito difícil voltar a energia em Porto Alegre, porque estava inundado. E aí entra a própria questão de redes. A rede que tinha no centro de Porto Alegre era a rede subterrânea, e ela ficou inundada. Então não tinha como ligar os consumidores. E aí vem uma preocupação, como eu vou voltar, da questão de segurança. Você não pode estar reenergizando uma área onde existe risco”, explicou o presidente da Abradee.
Apesar das dificuldades, ele pondera que os cuidados com a rede já estão inseridos no planejamento das empresas, para melhorar a condição de atendimento nessas condições de eventos climáticos extremos.