Distribuição

Crescimento de GD solar em Minas Gerais pode ficar estagnado até o final do ano, diz ABGD

Na disputa com São Paulo no ranking de maior potência instalada em geração distribuída, Minas Gerais pode ter seu ritmo de crescimento na modalidade "estagnado" até o final deste ano após empresas do setor receberem várias negativas de acesso ao sistema. A afirmação é de Walter Abreu, diretor regional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), em entrevista à MegaWhat.

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Na disputa com São Paulo no ranking de maior potência instalada em geração distribuída, Minas Gerais pode ter seu ritmo de crescimento na modalidade “estagnado” até o final deste ano após empresas do setor receberem várias negativas de acesso ao sistema. A afirmação é de Walter Abreu, diretor regional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), em entrevista à MegaWhat.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que Minas Gerais contabilizava, até 9 de outubro, 3,17 GW em GD solar, cerca de 14,5% dos 23,8 GW da modalidade no país.  

A procura por instalações de painéis solares, principalmente no norte do estado, é motivada pela topografia favorável e pelas regiões antropizada. Essas características fizeram com que empreendedores locais ou de outras regiões/países procurassem a federação para instalar painéis solares desde 2012, período em que foi publicada a resolução n 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que permitia o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica nacional.  Como os empreendimentos de GD precisam estar dentro da mesma área de concessão do consumo, e o estado é quase todo dominado pela estatal mineira Cemig, isso estimulou investimentos em GD solar no norte com consumo em outras regiões.

No entanto, após a aprovação do marco legal da GD, instituído por meio da Lei 14.300, de 7 de janeiro de 2022, o diretor regional da ABGD afirma que alguns “empecilhos” estão atrapalhando o crescimento da GD solar no estado, entre eles, a inversão de fluxo de potência.  

“Ganhamos e não levamos. Comemoramos o marco legal, comemoramos a segurança jurídica para investimentos, comemoramos. Nada disso aconteceu. Depois da 14.300, para nós, piorou. Estou vendo grupos por aí, já não é mais restrito ao norte de Minas e Triângulo Mineiro. Várias regiões do estado estão recebendo a mesma resposta, alegação de inversão de fluxo de potência. Ou seja, ninguém mais tem acesso à rede”, disse Abreu. 

A inversão de fluxo ocorre quando a quantidade de energia elétrica produzida pelos sistemas de geração distribuída excede a demanda dos consumidores conectados à rede de distribuição. Essa sobra pode ocasionar problemas como sobrecarga, desequilíbrio de tensão e interrupções no fornecimento de energia elétrica. 

O problema tem sido apontado por distribuidoras e concessionárias de energia elétrica como argumento para suspender ou negar a implantação de projetos de energia solar na modalidade, sob a justificativa de que a medida é necessária para solucionar os problemas que podem ser causados pela reversão de fluxo de potência. 

Segundo a resolução 1.000/2021 da Aneel, reduções da potência injetada em horários específicos podem ajudar a solucionar essa questão. 

“Caso a conexão nova ou o aumento de potência injetada de microgeração ou minigeração distribuída implique inversão do fluxo de potência no posto de transformação da distribuidora ou no disjuntor do alimentador, a distribuidora deve realizar estudos para identificar as opções viáveis que eliminem tal inversão”, diz um dos artigos da medida. 

No entanto, quando aprovam o acesso à rede, algumas companhias têm limitado à injeção ao período entre 19h e 5h, justamente no horário em que não há incidência solar.  

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