Distribuição

EDP Brasil se diz confiante sobre renovação da concessão da distribuidora do Espírito Santo

A EDP Brasil, cuja concessão de distribuição de energia do Espírito Santo vence em julho de 2025, não está preocupada com a evolução do processo de renovação. O presidente da empresa na América Latina, João Marques da Cruz, avalia que as autoridades brasileiras entendem a importância do assunto. “Estive ontem em um evento com o ministro Alexandre Silveira e achei o discurso dele extremamente pertinente”, disse Marques da Cruz, a respeito do Fórum Distribuição de Qualidade para a Inclusão e Transição Energética, realizado nesta quarta-feira, 17 de abril.

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Sede EDP Brasil/ Crédito: Divulgação EDP

A EDP Brasil, cuja concessão de distribuição de energia do Espírito Santo vence em julho de 2025, não está preocupada com a evolução do processo de renovação. O presidente da empresa na América Latina, João Marques da Cruz, avalia que as autoridades brasileiras entendem a importância do assunto.

“Estive ontem em um evento com o ministro Alexandre Silveira e achei o discurso dele extremamente pertinente”, disse Marques da Cruz, a respeito do Fórum Distribuição de Qualidade para a Inclusão e Transição Energética, realizado nesta quarta-feira, 17 de abril.

Apesar disso, em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 18 de abril, no evento Web Summit Rio, Marques da Cruz preferiu não comentar o assunto, para não interferir no processo.

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A EDP Espírito Santo é a primeira das 20 concessões de distribuição que vencem nos próximos anos, e já manifestou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o interesse em renovar o contrato por mais 30 anos. Entretanto, o poder concedente ainda não definiu as diretrizes para renovação, que deveriam ter sido publicadas em janeiro.

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Apesar dos atrasos, Marques da Cruz se disse otimista com a economia brasileira e avalia de forma positiva os indicadores e o desempenho do país na última década – como, por exemplo, a estabilidade do câmbio desde a pandemia de covid-19. O Brasil, onde a EDP atua na geração, transmissão, comercialização e distribuição, é um dos melhores mercados da empresa, segundo o executivo.

Marques da Cruz reafirmou a intenção de investir R$ 30 bilhões nos próximos cinco anos, sendo metade em redes de transmissão e distribuição, e metade em geração renovável. Na distribuição, a EDP investe cerca de três vezes mais do que o valor amortizado, disse o executivo.

Os investimentos em transição se dão por meio dos leilões. No primeiro leilão de 2024, a EDP levou três lotes, com investimento na casa de R$ 3 bilhões. A empresa ainda não tomou nenhuma decisão sobre a participação no próximo certame, previsto para setembro.

Hídricas à venda

Os R$ 15 bilhões planejados para geração devem ser dedicados a usinas eólicas e solares, já que a empresa não pretende continuar investindo em geração hídrica e continua interessada em vender estes ativos caso haja uma boa oferta. “Não precisamos vender, não há pressão, mas estamos disponíveis”, disse Marques da Cruz.

Segundo ele, a empresa recebeu nova oferta, que está em análise. “Se não [acontecer], as usinas estão ótimas, operando. As duas melhores hidrelétricas do Brasil, segundo ranking do regulador, são nossas”, conclui. Ele não detalhou para qual usina seria a oferta recebida.

O desinvestimento em hídricas faz parte da estratégia da empresa de rotação de ativos, com liberação de recursos para outros investimentos. “Em transmissão, temos um capex de R$ 3 bilhões. Se o preço for bom, temos que vender ativos, reciclar capital”, explicou.

“Gostaríamos de investir mais em renováveis”

Apesar do alto investimento projetado em geração solar e eólica, Marques da Cruz identifica dois gargalos no país. O primeiro, classificado pelo executivo como técnico, está na distância entre os centros geradores e consumidores de energia no país – ou seja, a geração concentrada no Nordeste para um consumo maior no Sudeste. “Isso implica em investimentos em transmissão”, avalia o executivo.

O segundo e principal desafio é comercial. “Hoje os preços da energia para contratos de 15 anos estão num ponto que dificulta a viabilidade dos projetos. Gostaríamos de investir mais em renováveis, mas tem esses dois gargalos”, disse o executivo.

Há, ainda, a questão da cadeia de suprimentos, que pode sofrer alterações quanto a taxação alfandegária, com aumento tributário“A reindustrialização é legítima, mas tem que ser feita sem perder a competitividade”, defende Marques da Cruz. Para ele, seria importante que os produtos fabricados no Brasil sejam tão competitivos quanto os importados.

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